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Índios da Raposa Serra do Sol esperam que STF cumpra a Constituição

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Agência Brasil

BRASÍLIA - Pelo menos 24 índios representantes das comunidades da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, já estão em Brasília para acompanhar o julgamento de ações que contestam a demarcação da reserva em área continua, marcado para a próxima quarta-feira, no Supremo Tribunal Federal. Um dos líderes do grupo, o conselheiro de Saúde Valuar Alves de Souza, da etnia Macuxi, afirmou hoje que os indígenas confiam em uma decisão judicial que confirme o direito deles sobre as terras.

- Já viemos a Brasília falar com vários ministros que não vamos reagir e estamos aguardando a Justiça. Se existe Justiça no Brasil, se existe a lei, estamos esperando que se cumpra a Constituição - disse Souza.

Na Raposa Serra do Sol vivem aproximadamente 18 mil índios. A área foi homologada em 2005 pelo governo federal com 1,7 milhão de hectares. Entretanto, um grupo de grandes produtores de arroz e de agricultores brancos se nega a deixar a área, por não concordar com os valores de indenização propostos pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Sustentam ainda que ocupam apenas 1% das terras.

Os índios insistem, porém, que a área deve ficar exclusivamente para a utilização pelas comunidades. - Há mais de 40 anos estamos lutando na Raposa Serra do Sol. Ela foi delimitada, depois foi feita a demarcação. Onde está uma lei para revogar outra vez? Vai ser um prejuízo para a comunidade. Nascemos ali, criamos nossos filhos e vamos permanecer ali - afirmou Souza.

Segundo relatou o índio macuxi, a Polícia Federal está monitorando a reserva, mas não haveria, por parte dos indígenas, disposição para um confronto com os agricultores após a decisão do STF.

- Nosso povo está mantendo firme seu trabalho e não estamos ameaçando ninguém - garantiu.