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MANAUS - A Justiça Militar condenou oito controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) 4, em Manaus (AM), acusados de liderar manifestação que afetou todo o tráfego aéreo nacional no dia 30 de março de 2007. Eles responderam a processos por crime de incitamento e publicação indevida, previstos no Código Penal Militar. As sentenças, proferidas pelo juiz militar José Barroso Filho, são individuais e variam de 2 meses a 2 anos de prisão. A defesa pode recorrer da sentença.
Os oito sargentos especialistas em controle de tráfego aéreo foram condenados porque teriam se "valido dos órgãos de informação jornalística para fazer críticas levianas e infundadas, de forma sensacionalista, às normas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) com o objetivo de incutir desconfiança na população e obter descrédito da Força Aérea", como consta o documento assinado pela Procuradora do Ministério Público Militar, Nazaré Moraes, que atuou na acusação.
Foram condenados os sargentos Wilson de Alencar Aragão, Walber Souza Oliveira, Daniel Tavares de Lima, Lizandro Henrique de Souza Koyama, Michael Rosenfeld de Paula Rodrigues, Alex Gonçalves de Sá, Rivelino Barbosa de Paiva e Wendelson Pereira Pessoa.
A prisão e o conseqüente processo dos controladores decorreram do que foi considerado um motim por parte do Comando da Aeronáutica, ocorrido em março de 2007. No dia 30 daquele mês, os militares do Cindacta 4 suspenderam as atividades como manifestação contra as condições de trabalho nas salas de controle de tráfego aéreo.
Naquela data, a Justiça Militar decretou a prisão preventiva dos militares que teriam liderado a paralisação. O apagão do controle aéreo no Cindacta 4 (Manaus) causou atrasos e cancelamentos de vôos domésticos e internacionais que passariam pela região Amazônica, bem como acarretou problemas nos principais aeroportos do País.