Portal Terra
RECIFE - A Polícia Federal desencadeou nesta manhã a Operação Gestão Plena em sete municípios do interior de Pernambuco. O objetivo é desarticular uma organização suspeita de desviar verbas públicas que vinham do Ministério da Saúde para a Secretaria de Saúde do Estado. Entre os detidos está o prefeito do município de Toritama, no agreste do Estado, José Marcelo Marques de Andrade e Silva. A PF estima em R$ 2,5 milhões o volume dos recursos desviados entre 2005 e 2007.
Foram mobilizados 70 policiais federais para cumprirem seis mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão. Destes, sete são nas sedes das prefeituras. Entre os detidos, além do prefeito, estão dois secretários, um advogado e dois ex-funcionários terceirizados da Secretaria de Saúde.
Segundo a Polícia Federal, o golpe se dava através do repasse de informações pelas prefeituras dos serviços prestados para a Secretaria de Saúde por meio do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e do Sistema de Informação Hospitalar Descentralizada (SIHD), onde são compilados todos os dados para análise do órgão estadual.
Um funcionário terceirizado seria o responsável por importar os valores para o Sistema de Gerenciamento de Informações Financeiras (SGIF) que geraria os créditos superfaturados para os pagamentos - feitos por meio de transferências bancárias para a Prefeitura de Toritama, com o apoio de dois funcionários da própria Secretaria de Saúde do Estado.
De posse do dinheiro, integrantes do executivo municipal dividiriam o lucro da ação entre si. Os dois funcionários da secretaria estadual já foram demitidos.
Segundo a PF, além de Toritama, os municípios de Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, João Alfredo, São José do Egito, Tamandaré e Teresinha também apresentavam irregularidades nos valores pagos através das prestações de contas. O fato foi descoberto através de auditoria interna na Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco.
Os detidos serão indiciados por formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação, peculato. O prefeito de Toritama, José Marcelo Marques de Andrade e Silva, além de responder pelos crimes citados acima, também pode ser indiciado por apropriação de bens ou rendas públicas ou, desvio em proveito próprio ou alheio, cujas penas podem chegar a mais de 30 anos de reclusão.