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BNDES: acusados negam pagamentos a Paulinho

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Agência Brasil

SÃO PAULO - Em interrogatório nesta segunda-feira (26) na Justiça Federal, em São Paulo, João Pedro de Moura e Marcos Mantovani assumiram ter usado indevidamente o nome do advogado Ricardo Tosto e do deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, para conseguir novos clientes interessados em obter financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). A informação foi confirmada à imprensa pelo advogado de Mantovani, Antonio Ruiz Filho, ao final do interrogatório.

- Ele deu todas as explicações que foram necessárias para demonstrar claramente que todos os projetos de financiamento no BNDES, em que houve assessoria da empresa da qual ele é sócio, foram absolutamente lícitos -disse o advogado. Seu cliente, Mantovani, é acusado de ser dono da Progus, uma empresa que prestaria consultorias para que prefeituras e empresas obtivessem empréstimos no BNDES.

Matéria divulgada ontem no jornal O Estado de S. Paulo diz que durante a Operação Santa Tereza, a Polícia Federal encontrou um organograma em que a alcunha PA - que a PF acredita ser do deputado Paulinho - aparece como destinatária de um cheque de R$ 18 mil referente ao financiamento obtido pela prefeitura de Praia Grande no BNDES. A Polícia Federal também acredita que Paulinho tenha recebido uma ordem de pagamento de R$ 82 mil referente ao financiamento conseguido pelas lojas Marisa no banco.

Segundo Ruiz Filho, seu cliente negou em depoimento ter feito pagamentos para o deputado Paulinho e explicou que os cheques e documentos encontrados pela Polícia Federal durante a operação e que podem ter sido destinados a Paulinho e a Ricardo Tosto não tinham nada a ver com projetos no BNDES.

- O João Pedro, que era associado da empresa Progus, no acerto de contas entre eles, entendeu que era interessante incluir a Força Sindical para que ela fosse também um ponto de angariar clientes e, portanto, foi incluído este nome, mas jamais foi destinado algum cheque para o deputado Paulinho ou ao advogado Ricardo Tosto - disse Ruiz Filho.

Segundo ele, seu cliente incluiu o nome de Tosto "não para dar algum auxílio, mas porque já tinha uma dívida de outros processos em que o escritório (de Tosto) o defendia e usou esse dinheiro para saldar essas dívidas anteriores".

Já os cheques referentes a PA foram todos destinados a João Pedro de Moura, ex-conselheiro do BNDES e que seria, segundo Ruiz Filho, apenas um associado da Progus. - A destinação que ele deu (aos cheques) eu não sei - afirmou.

- Uma explicação que João Moura disse, num acerto de contas entre ele e Mantovani, é que seria interessante que se envolvesse, na prospecção de clientes, o nome da Força Sindical -disse o advogado.