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Isabella: Polícia cogitou prisão de casal em flagrante

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Portal Terra

RIO - O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, afirmou que a polícia de São Paulo chegou a cogitar a prisão em flagrante do casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá pelo assassinato da menina Isabella.

- Era tudo muito claro. Na noite do crime, a delegada Renata (Pontes) me ligou, mas acabamos decidindo não prender porque as provas ainda eram frágeis - disse.

Nardoni foi transferido hoje do 13° DP (Casa Verde) para o Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, após a Justiça negar o pedido liminar de habeas corpus para o casal, acusado da morte da menina Isabella no fim de março.

Segundo Galiano, o preso corria risco na carceragem porque os presos temiam represálias quando fossem para o sistema prisional se não agredissem Nardoni, de acordo com o código de ética dos detentos.

Ainda de acordo com o delegado, a polícia já estava convicta da participação do casal no crime no dia seguinte da morte de Isabella.

- Não tem momento melhor do que cinco minutos depois do crime para sentir. Você olha a família nos olhos e percebe o que está acontecendo - disse.

- Há indícios fortes de materialidade que apontam para a autoria do casal - disse Galiano. De acordo com o diretor do Núcleo de Crimes Contra a Pessoa do Instituto de Criminalística (IC), José Antônio de Moraes, entre esses indícios estão manchas e marcas no apartamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

Segundo Galiano, os detalhes da cena do crime contra a menina Isabella são irrelevantes para a solução do caso e que o laudo "é como um romance com começo, meio e fim". Segundo ele, não são os detalhes que vão interferir na conclusão.

O diretor do Decap criticou ainda a atitude do casal momentos depois da queda da criança.

- Como pode uma pessoa com uma criança caída no gramado ficar ao telefone ligando para o pai e o marido ficar ao lado parado por quatro minutos e meio esperando ela terminar para fazer alguma coisa? - disse.

Galiano disse ainda que este foi o caso em que mais se envolveu emocionalmente em seus 30 anos de polícia.

Isabella Nardoni foi encontrada ferida no dia 29 de março, no jardim do prédio onde moram o pai e a madrasta, na zona norte de São Paulo. Segundo os Bombeiros, a menina chegou a ser socorrida e levada ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta da 0h.