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BRASÍLIA - A oposição avalia que será inevitável perguntar a respeito do vazamento do suposto dossiê sobre gastos do governo Fernando Henrique Cardoso para a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela foi convidada a comparecer na Comissão de Infra-estrutura do Senado para falar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na quarta-feira.
- A ministra está no epicentro de uma crise governamental, é inevitável que se pergunte sobre crise. Há cartões corporativos sendo investigados, há um dossiê criminosamente elaborado no Palácio do Planalto - disse o senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR).
A ministra confirmou presença na Comissão de Infra-estrutura. A oposição garante que vai manter o tom cordial, mas sempre tentando ouvir da ministra respostas sobre o dossiê: "elegância não pode ser confundida com fiasco. Temos que ser elegantes e respeitosos, mas duros se necessário", disse Álvaro Dias.
Para o senador, não adianta o governo tentar relacionar o vazamento do dossiê a apenas um funcionário, no caso secretária executiva da ministra, Erenice Guerra. - A corda sempre arrebenta pro lado mais fraco, o governo sempre busca um bode expiatório - disse Dias.
Segundo ele, a assessora da ministra é responsável, mas ela recebeu ordens de alguém para elaborar o documento sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique.
- O Palácio do Planalto não é casa de ninguém, alguém comanda, alguém dá as ordens - afirmou.
Enquanto isso, parlamentares da base do governo negam que exista uma tentativa de "blindar" a chefe da Casa Civil. Segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), quanto mais a oposição tenta atingir a ministra, mais a popularidade dela aumenta.
- A ministra vem ao Senado falar sobre PAC, mas se deslizarem para outra área, não tenho dúvidas de que ela conseguirá responder - disse.