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RIO - O MST realiza hoje protestos em 16 Estados e no Distrito Federal, na jornada nacional de lutas por Reforma Agrária, para exigir o assentamento das 150 mil famílias acampadas no País e investimentos públicos na produção agrícola e habitação em assentamentos. As famílias de sem-terra exigem também mudanças na política econômica que criem condições para um modelo agrícola baseado em pequenas e médias propriedades.
Os protestos foram realizados em Maranhão, Rio Grande do Norte, Brasília, no Rio Grande do Sul, no Espírito Santo, em Santa Catarina, no Paraná, em Pernambuco, em Sergipe, em São Paulo, em Alagoas, em Goiás, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, no Rio de Janeiro, na Bahia e Pará.
No Maranhão, na cidade de Imperatriz, os sem-terra ocuparam a agência da Caixa Econômica Federal (CEF), onde foi entregue a pauta de reivindicação. À tarde, houve protesto no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para discutir as áreas de reserva nos assentamentos e exigir a imediata interdição da carvoaria da Vale, próximo ao assentamento Califórnia.
No Rio Grande do Norte, 250 pessoas ocuparam o Incra em Natal para pedir o assentamento das 1,9 mil pessoas acampadas no Estado. Em Brasília, cerca de 1 mil trabalhadores rurais sem-terra acampados e assentados ocuparam a sede da Caixa Econômica Federal (CEF) na região do Distrito Federal e do entorno. Os trabalhadores integram o MST e o Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural (MATR).
No Rio Grande do Sul, 800 trabalhadores sem-terra ocupam o prédio do Ministério da Fazenda, na avenida Loureiro da Silva, e mais 350 trabalhadores estão na ocupação da Secretaria da Agricultura, na avenida Getúlio Vargas. A pauta estadual é a desapropriação da Fazenda Southall, em São Gabriel.
No Espírito Santo, as mobilizações acontecem nas agências bancárias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em seis cidades do Estado, como Pinheiros, Pancas, Santa Teresa, Cachoeiro do Itapemirim, São Mateus e São José do Calçado. Em Cachoeiro do Itapemirim, acontecem também a entrega de documento na Justiça Federal sobre a morosidade da justiça nos processos de desapropriação das áreas.
Em Santa Catarina, mais cinco mobilizações acontecem na frente de agências da CEF e no Banco do Brasil, em Rio Negrinho, o norte do Estado, com 200 pessoas; em Canoinhas, com 350 pessoas; em Curitibanos, 200 pessoas; em Caçador, 400 pessoas, e em Lebon Regis, com 200 pessoas. A marcha que partiu com 500 sem-terra de Xanxerê, no oeste do Estado, está no trevo que dá acesso a Chapecó.
No Paraná, cerca 2,5 mil assentados do MST realizaram manifestações em frente agências do Banco do Brasil, em vários municípios para exigir a criação de um novo crédito agrícola que dê condições estruturais de produção de autoconsumo e infra-estrutura aos assentamentos de Reforma Agrária.
Em Pernambuco, cerca de 1 mil trabalhadores sem-terra ocuparam pela manhã a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Recife. Na cidade de Petrolina, Sertão do Estado, outros 400 Sem Terra ocuparam a sede do Incra no município.
Em Sergipe, 150 famílias ocuparam a agência do Banco do Nordeste no município de Carira, em mobilização para obtenção de créditos aos assentados de Reforma Agrária. Foi realizadas três ocupações de terra, sendo 150 famílias na Fazenda Oiteiro, município de Siririzinho; 120 famílias, na Fazenda Samambaia, município de Santo Amaro; e 220 famílias na Fazenda Brígida município de Estância, além de atividades em homenagem ao companheiro Zé Emídio, assassinado pelo latifúndio na fazenda Santa Clara município de Capela.
Em São Paulo, cerca de 300 trabalhadores rurais sem-terra ocupam uma unidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no município de Bauru, reivindicando um programa de compra de alimentos produzidos em assentamentos.
Em Alagoas, cerca de 3 mil trabalhadores do MST ocuparam a entrada do Porto de Maceió em defesa da reforma agrária. O MST pede abertura de negociação com o governo do Estado em relação às terras do antigo Banco do Estado de Alagoas. Uma área de 400 hectares, no município de Jungueiro, região do agreste alagoano, foi ocupada por 200 famílias para denunciar que as terras estão sob controle do Estado, como parte da dívida dos usineiros, e devem ser transformada em assentamentos.
Em Goiás, cerca de 200 famílias ocuparam latifúndio de 800 alqueires de propriedade do dono da empresa de transporte Marly. Mais 180 famílias fizeram um protesto na BR-153, que faz a ligação da região centro-oeste com a região Norte (Belém¿Brasília), próximo ao município de Porongatú.
Em Mato Grosso, cerca de 350 famílias estão acampadas na Caixa Econômica Federal, em Cárceres. Em Mato Grosso do Sul, uma rodovia em Itaquiraí foi bloqueada. Depois, as 250 famílias fizeram protesto no Banco do Brasil. Em Campo Grande, 300 pessoas participam de audiência no Incra, cobrando a pauta nacional e estadual.
No Rio de Janeiro, houve protestos em agência da CEF, em Volta Redonda e em Campos, interior do Estado, com 200 agricultores. Cerca de 150 trabalhadores rurais interditaram a Via Dutra, na altura do Km 242, sentido São Paulo, pelo assentamento das 700 famílias acampadas no Estado e por investimento público do governo em assentamentos existentes.
Na Bahia, 200 famílias ocupam área da Estação Experimental Manoel Machado, de responsabilidade da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, um órgão do governo do Estado da Bahia, no município de Itambé, no sudoeste da Bahia, desde segunda-feira.
No Pará, 600 trabalhadores mutilados e as viúvas dos agricultores assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás acampam em frente ao Palácio dos Despachos no Pará, sede do governo do Estado, desde segunda-feira. Os manifestantes cobram da governadora Ana Júlia Carepa (PT) o cumprimento de suas promessas de 2007.
Na curva do S, em Eldorado de Carajás, 1 mil Sem Terra estão acampados em memória aos 19 trabalhadores rurais assassinados em 1996. O acampamento montado às margens da Estrada de Ferro Carajás é do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM), que faz uma jornada de lutas em defesa dos direitos dos garimpeiros e contra a exploração imposta pela Vale.