Felipe Gil, Portal Terra
SÃO PAULO - Uma testemunha teria visto combustível vazando do Learjet que caiu em São Paulo, no domingo, após a aeronave decolar do aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital. A informação é da delegada Elizabeth Sato, titular da 4ª Delegacia Seccional de São Paulo. Segundo ela, a testemunha trabalhava em um local próximo e estava acostumada a ver as decolagens. Por isso, teria estranhado a curva que o avião fez à esquerda.
Conforme a delegada, a documentação encontrada entre os destroços mostra que o avião estava em condições para vôo.
- Apesar disso, é prematuro concluir. Dependemos dos laudos técnicos periciais para fazer essa afirmação - disse.
O laudo está sendo feito por um perito técnico no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e por um perito criminal da Polícia Civil de São Paulo. Segundo ela, se houver dificuldades nas análises, os equipamentos encontrados poderão ser enviados para verificação no exterior.
A delegada disse ainda que vai verificar os exames sobre as condições físicas dos pilotos, mas ressaltou que é prematuro falar em falha humana.
A delegada ouviu 17 vítimas e testemunhas ontem e mais quatro hoje. Ela contou que a aeronave foi conduzida de Angra dos Reis para o Rio de Janeiro; de lá para São Paulo, onde teria sido reabastecida; e estava retornando para o Rio de Janeiro. Segundo ela, a Reali Táxi Aéreo não informou quem seriam os passageiros que aguardavam pelo avião no Rio.
O chefe do Serviço de Proteção e Investigação de Acidentes da 4ª Região, coronel Wagner Cyrillo Junior, afirmou que, em dia de chuva e frio como no do acidente, pode ocorrer um rastro de condensação que pode elevar a impressão de que houve um vazamento de combustível. Segundo ele, ainda é prematuro falar do acidente, mas teoricamente, é possível que a perda de combustível leve a um desbalanceamento que possa causar descontrole da aeronave.