Portal Terra
RIO - A Arquidiocese de São Paulo divulgou nota neste sábado afirmando que "causam grande perplexidade as acusações levianas feitas contra o padre Júlio, que é bem conhecido, há muito tempo, e sempre esteve em evidência na cidade de São Paulo".
No sábado, o advogado do ex-interno da Febem (atual Fundação Casa) Anderson Marcos Batista acusado de extorquir dinheiro do padre Júlio Lancelotti, afirmou que "nunca houve extorsão" e que os dois manteriam um "relacionamento sexual".
Ainda de acordo com a nota da arquidiocese, o padre "sempre buscou ajudar pessoas que vivem em condições de total exclusão social e, muitas vezes, em situações de marginalidade, a recuperarem sua dignidade, para uma adequada re-inserção social".
A nota lembra ainda que a denúncia de extorsão partiu do próprio padre, que vinha sendo ameaçado "da acusação de pedofilia".
- Toda pessoa deve ser considerada inocente, até provas em contrário. Aos acusadores cabe a responsabilidade de apresentar provas convincentes para suas acusações - conclui o texto.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada no dia 17 de outubro, padre Júlio disse que a extorsão teria começado logo após Batista sair da Febem, local onde conheceu o padre. Ele teria pedido ajuda para refazer sua vida, conseguir local para morar e trabalho.
Há sete anos, o religioso arranjou moradia, ajudou no aluguel e Anderson foi incluído em uma frente de trabalho da prefeitura. Mas a extorsão teria começado quando Anderson disse que queria ter uma bicicleta. Segundo o padre, da bicicleta foi para uma moto, depois para um carro.
Nos últimos três anos, as quantias que começaram com R$ 300, R$ 500, começaram a ficar muito elevadas, chegando a R$ 10 mil, R$ 20 mil, R$ 40 mil. O padre teria fastado todas as suas economias e pedido empréstimos a amigos para juntar os valores que Anderson pedia.
O religioso diz também que a mulher de Anderson o teria ameaçado usando o próprio filho. Dizia que se ele não conseguisse os valores pedidos pela quadrilha, iria a imprensa denunciá-lo por pedofilia e que seu filho iria confirmar.