Luiz Orlando Carneiro, Agência JB
BRASÍLIA - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, reúne-se nesta terça-feira com o embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Nuñez Mosquera, para solicitar informações referentes aos pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que abandonaram a delegação de seu país durante os Jogos Pan-Americanos - sem que pedissem asilo político - e acabaram deportados, no último dia 4.
O pedido formal de explicações ao embaixador cubano sobre a situação dos dois atletas deportados, apressadamente, pelo governo brasileiro, foi uma decisão do Conselho Federal da OAB, na sessão plenária da semana passada. O Conselho decidiu que a entidade deve cobrar reciprocidade no tratamento digno e de integridade física aos esportistas, uma vez que está exigindo um julgamento justo e imparcial para cubanos presos nos Estados Unidos.
- Assim como cobramos um tratamento digno no encaminhamento do caso dos cubanos presos nos Estados Unidos, vamos cobrar do embaixador um tratamento em igualdade com esse princípio aos atletas que foram deportados para Cuba - afirmou o presidente nacional da OAB.
Cezar Britto lembrou que, na mesma sessão da entidade que o autorizou a transmitir ao embaixador as preocupações com a deportação dos atletas, a OAB decidiu ainda solicitar à União dos Juristas de Cuba - a entidade da advocacia naquele país - que acompanhe a situação dos pugilistas e mantenha a entidade brasileira informada. Cezar Britto estuda ainda a possibilidade de enviar um representante do Conselho Federal da OAB a Cuba, a fim de verificar, "in loco", a situação dos atletas deportados.