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Em SP, R$ 6 milhões em bens públicos viram sucata

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Portal Terra

SÃO PAULO - A lista anual de bens públicos furtados da Prefeitura de São Paulo que têm invariavelmente por destino os ferro-velhos da cidade é extensa e inclui 18 mil km de cabos de energia elétrica (distância equivalente a cruzar o Brasil do Oiapoque ao Chuí duas vezes), 6 mil tampas metálicas de entrada de galerias, 3,8 mil placas de sinalização, 1 mil lixeiras, grades de praças e corrimões de túneis. São cerca de R$ 500 mil ao mês; um custo aproximado de R$ 6 milhões para a reposição do material ao ano.

Os contribuintes sofrem também com pequenos furtos, como vasos de bronze em cemitérios, portas de túmulos e até a numeração metálica de residências, que se transformam rapidamente em moeda de troca nos ferro-velhos.

- Além do custo financeiro, há outro custo embutido aí, que é o prejuízo dos serviços prestados. Quando se roubam fios de eletricidade, por exemplo, uma região inteira pode ficar sem luz - diz o secretário da coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

As falhas na iluminação da cidade, inclusive, são a maior fonte de reclamação dos moradores. Somente neste primeiro semestre, foram mais de 4,5 mil, o que equivale a um terço do total de queixas dos contribuintes.

- Não dá para dizer que todas essas reclamações são por conta do furto de fios, mas boa parte delas se deve justamente a isso - justifica o secretário.

Para o delegado Adílson Marcondes, da Delegacia Especializada em Furto de Fios Elétricos, Telefônicos, Telegráficos e Assemelhados de São Paulo, o combate à receptação é a única maneira de se minimizar o problema.

- Estamos fazendo um trabalho conjunto com a Prefeitura, que têm apertado a fiscalização dos ferro-velhos. Mas os roubos são muitos e em pequenas quantidades. A saída é o combate à receptação - diz.

Segundo o delegado, no mercado paralelo, os ladrões recebem entre R$ 12 e R$ 14 pelo quilo do cobre. Depois de descaracterizado e derretido, ele ganha valor de mercado.

De acordo com dados da delegacia, cerca de 40 pessoas foram presas em flagrante pelo roubo de fios. No Brasil, o setor de produtos manufaturados de cobre teve prejuízo da ordem de R$ 7,5 milhões provacados pelo furto, somente no primeiro semestre.

A estimativa é do Sindicel-ABC (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos do Estado de São Paulo-Associação Brasileira de Cobre). Em relação ao ano anterior, registrou-se um crescimento de 9% no número de furtos.