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TAM: Caixa-preta revela que co-piloto assumiu Airbus

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Portal Terra

SÃO PAULO - O co-piloto do Airbus A320 da TAM, que colidiu com um prédio nas proximidades do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, teria assumido as operações 15 segundos antes da explosão. Henrique Stephanini di Sacco teria tomado o lugar do comandante Kleyber Lima, segundo constataram técnicos americanos que analisaram a caixa-preta do avião. A intenção seria evitar o choque com o prédio da TAM Express. No acidente, ocorrido no dia 17 de julho, 199 pessoas morreram.

No intervalo entre o pouso da aeronave e a colisão, o co-piloto, sentado à direita na cabine, assumiu o controle e, algumas vezes, fez movimentos opostos aos do comandante. O documento entregue pelos técnicos americanos dispõe os dados em um gráfico.

Nove segundos depois do pouso, às 18h48min35s, é registrado que o co-piloto assume o controle direcional, puxando o sidestick levemente para a esquerda, tentando direcionar o avião. O piloto ainda começa a aplicar força máxima nos pedais de freios. A partir daí, se sobrepõem as ações do co-piloto.

A mudança nos comandos acontece após a fala do piloto: "Aiii. Olha isso". Às 18h48min34s, o co-piloto diz: "Desacelera, desacelera" e o piloto responde "Não consigo, não consigo".

Segundo especialistas, o fato do co-piloto assumir o comando sem registro oficial da troca demonstra uma reação de "desespero".

Da análise da caixa-preta, é mostrado também que o pouso realizado pela mesma aeronave, horas antes em Porto Alegre, foi bem-sucedido porque as manetes foram colocadas em reverso máximo, como indica o manual. No pouso em Congonhas, uma delas estavam na posição de aceleração.