Portal Terra
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na manhã desta quinta-feira, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que os sindicalistas não podem xingá-lo, pelo menos por companheirismo.
- Hoje o dirigente sindical precisa conhecer muito mais coisas do que eu conhecia naquela época. Eu só precisava xingar o governo. Vocês não podem me xingar agora, pelo menos por companheirismo - disse Lula.
O presidente criticou a posição contrária dos sindicatos a novas formas de contratos de trabalho, com menos direitos do que os previstos na CLT.
Lula disse ainda que é preciso debater a reforma trabalhista e dar condições dos jovens ingressarem no mercado de trabalho. Lula disse que os sindicalistas evoluíram e não podem ter medo do debate.
- E eu acho que os dirigentes sindicais brasileiros evoluíram de forma extraordinária para debater essas coisas e não devem ter medo de debater. Entre debater e fazer há uma distância muito grande. Mas é no debate que a gente descobre que é possível ou não - afirmou Lula.
O presidente disse que não defende a retirada de direitos dos trabalhadores, mas que é preciso levar em contar que as condições de trabalho de hoje são diferentes das da sua época ou de 1943, quando foi criada a legislação trabalhista brasileira.
- A reforma trabalhista, longe de mim tirar direito de trabalhador, se eu não puder dar, tirar eu não tiro. Agora não é possível que algumas coisas feitas em 1943 não precisem de mudanças para 2007, 2008. São 50 anos. O mundo do trabalho mudou, houve evolução, a condição de trabalho é outra. As condições são diferentes das que eu enfrentei dentro da fábrica - comentou Lula.
- Temos que ser produtivos, criativos. Existe um exército de jovens num estoque no mercado de trabalho. Precisamos pensar em um mecanismo para fazer essa pessoa entrar no mercado de trabalho. Como vamos dar emprego para a massa de 15 a 24 anos que está fora do mercado? - questionou Lula.
- Daí o companheiro fala que não pode ter um contrato especial porque vai precarizar, ele vai ser um trabalhador diferente. Trabalhador diferente ele já é, sem emprego - criticou Lula.