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Coronel admite que controladores não serão punidos

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Leandro Mazzini, Agência JB

BRASÍLIA - O coronel-aviador Rufino Ferreira, responsável pelo processo administrativo que investiga a atuação dos controladores de Võo do Cindacta 1 no dia do acidente com o boeing da Gol, disse hoje na CPI do Apagão Aéreo que seu trabalho é prevenir acidentes e reconheceu que o processo tem fins educativos e pedagógicos, conforme definiu a deputada Solange Amaral (DEM-RJ).

Solange questionou o fato de a Aeronáutica, até hoje, desde setembro passado, não ter instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a atuação dos controladores.

- O motim de controladores, num fim de semana, gerou quatro IPMs. O acidente da Gol, em que morreram 154 pessoas, não gerou um sequer. É estranho isso.

Rufino Ferreira explicou que a Aeronáutica aguardava a conclusão da investigação da Polícia Federal.

- Houve um processo para fins criminais na PF, encerrado semana passada, e a partir desse momento será instalado um IPM na Aeronáutica com base no que for enviado desse inquérito - explicou.

Não convencida, a deputada, de posse do Código Penal Militar, citou o artigo 10º, que dispõe sobre o IPM. Nele, segundo a parlamentar, não está determinado que o IPM só comece depois de o fato ser apurado criminalmente.

- A sua investigação, então, é de cunho pedagógico e educativo - classificou a deputada, para quem a Aeronáutica já deveria ter aberto um IPM e não se esforça para apurar a responsabilidade dos controladores.

O coronel-aviador disse que, por ser apenas um especialista em prevenção de acidentes aéreos, a questão extrapola sua competência e que só o IPM poderá constatar falhas dos controladores. O processo administrativo conduzido atualmente por Rufino, no Cenipa - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes - deve terminar em setembro, e até lá há muito o que apurar.

- Ainda temos muita coisa a fazer. Analisar a parte de treinamento dos controladores e a avaliação de equipamentos - reconheceu o coronel.