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Senadores da oposição avaliam necessidade de CPI sobre crise aérea

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Agência Brasil

BRASÍLIA - A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as causas dos atrasos e cancelamentos de vôos em aeroportos do país começou a ser analisada pelos senadores dos partidos da oposição depois que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara barrou o requerimento contra a instalação e o plenário aprovou o recurso do PT. O argumento é de que, da forma como colocado pelos deputados, não havia um fato determinado a ser investigado como exige o Regimento Interno da Casa.

A possibilidade de a oposição avaliar a instalação da CPI foi colocada aos senadores pelo líder do PFL, senador Agripino Maia (RN). A estratégia é aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a um mandado de segurança, com pedido de liminar, para que o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, instale a comissão. Se o mandado for negado, a oposição no senado tentará criar uma comissão mista - de deputados e senadores - ou uma comissão exclusiva de senadores.

- Eu pararia com a iniciativa se visse o governo esboçar uma reação e atitudes que resolvessem realmente o problema. A questão é que a cada semana, aparece uma nova crise nos aeroportos e de espasmo em espasmo a população está num processo crescente de irritação - afirmou o pefelista.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, no entanto, que "não existe lógica" em se tentar criar uma comissão parlamentar mista de inquérito se a Câmara vetou a sua instalação.

- Não tem cabimento fazer uma CPMI com as pessoas que a derrubaram - disse.

Sobre a criação de uma comissão exclusiva de senadores, o presidente da Casa limitou-se a dizer que "as coisas, no Senado, estão calmas", acrescentando que assim espera que continuem.

Já o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), disse que o Senado já tem os instrumentos necessários, nas comissões permanentes, para investigar a crise nos aeroportos.

- O mais adequado é que possamos pressionar o governo para que se tenha uma solução administrativa - defendeu.

Casagrande lembrou que a estratégia de criar um embate político com o Executivo já não deu certo na legislatura passada.

- Essa forma de fazer política não é a forma que a população tem mais simpatia - disse.

O líder socialista concorda com Renan Calheiros de que o clima para instalação de uma CPI no Senado não é o mesmo do que se verifica entre dos deputados.

- Aqui no Senado o ambiente é de muito mais diálogo entre governo e oposição. Então, se depender só do Senado, o presidente Renan tem razão, não há um ambiente propício.