Agência Brasil
BRASÍLIA - O Líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), afirmou nesta segunda que, caso o Ministério dos Transportes seja desmembrado, o partido recusará indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para continuar à frente da pasta. O presidente nos ofereceu o ministério por inteiro.
- Se isso ocorrer (o desmembramento), vamos ficar sem o ministério, mas vamos continuar apoiando o governo - disse ele.
- Se confirmada a criação da Secretaria dos Portos, nós vamos dizer ao presidente Lula que não aceitamos o Ministério dos Transportes.
O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), confirma que seu partido encaminhou ao governo a sugestão de desmembrar o ministério, criando uma Secretaria de Portos e Aeroportos. A idéia foi levada pelo líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP), e, segundo Albuquerque, encontrou receptividade.
O PSB tem reivindicado mais espaço no governo depois que o Ministério da Integração Nacional passou ao controle do PMDB, com Geddel Vieira Lima, nomeado na última sexta-feira. Pedro Brito, ex-titular da pasta, era ligado ao pessebista Ciro Gomes, que deixou o ministério para participar do processo eleitoral.
Luciano Castro reclamou das notícias sobre essa proposta de desmembramento. Ele disse ter conversado duas vezes na semana passada com o ex-ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, sem que este lhe mencionasse nada sobre o tema.
- Somos aliados do governo desde o primeiro momento, somos parceiros de primeiro momento - disse.
Pela primeira vez, o governo pode ter um aliado sem ter um ministério.
O deputado do PR justificou a recusa em aceitar o desmembramento do ministério explicando que isso seria contra a lógica do sistema de transportes.
- Os sistemas são interligados. As rodovias e ferrovias terminam dentro dos portos. Para nós, termos o ministério com a secretaria é uma questão emblemática.