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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar aos 27 governadores, na próxima terça-feira, o projeto de integração de políticas sociais, com foco na população jovem dos grandes centros urbanos e conduzida por um comitê gestor multiministerial. A nova política para a juventude, numa escala que deve superar 1 milhão de beneficiados em 2007, será anunciada junto com a ampliação do Bolsa-Família, carro-chefe dos programas sociais do governo, e com o 'kit-cidadania', um pacote de ações socais para comunidades extremamente pobres e de difícil acesso.
Com a integração de programas sociais, Lula pretende responder parte da demanda por ações contra a violência e a criminalidade, especialmente nas regiões metropolitanas, disse uma fonte próxima ao presidente da República.
O núcleo desse novo plano envolve os Ministérios do Desenvolvimento Social, Trabalho, Educação e Secretaria-Geral da Presidência. É a mesma base do Projovem, programa de educação e formação profissional que atende 160 mil adolescentes e jovens entre 16 e 24 anos, na maioria das capitais.
A exemplo do Projovem, o novo plano social pretende integrar programas de educação de jovens, ensino profissionalizante, inclusão digital, acesso a informações e atividades culturais, articulação em comunidades e empreendedorismo juvenil, segundo a fonte do governo.
Lula descartou a idéia de criar um Ministério da Juventude ou qualquer nova estrutura dentro do governo. Vai criar um comitê gestor interministerial, como o que funciona no Projovem desde 2005 e é bem avaliado pelo presidente.
Uma das medidas já definidas no plano é a criação de mais 200 mil vagas no Prouni, duplicando o programa de financiamento de bolsas de estudo em universidades particulares, por meio de renúncia fiscal. O Projovem também deve ser duplicado.
O Bolsa Família será ampliado de três para até cinco pessoas beneficiadas em cada família com renda per capita menor que R$ 50 por mês. A idade limite para receber o benefício subirá dos atuais 16 anos para 18 anos, o que também aumentará o valor total da transferência de renda.
O programa transfere a 11,1 milhões de famílias uma renda média mensal de 65 reais e custou R$ 8,2 bilhões em 2006. O governo quer aumentar a presença do Bolsa Família nos grandes centros urbanos.