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Lava Jato denuncia Lula, de novo, por caso no qual ele foi absolvido pela justiça do DF

Ricardo Stuckert/Divulgação -
Lula
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Lula diz que os procuradores da Lava jato são suspeitos (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela quarta vez. Desta vez, o Ministério Público Federal acusa o petista de lavagem de dinheiro da construtora Odebrecht por meio de doações para o Instituto Lula. A denúncia tem como base delação de Antônio Palocci, que a Justiça do DF decretou ter sido feita com base em notícias de jornais, absolvendo o ex-presidente.

Segundo a procuradoria, entre dezembro de 2013 e março de 2014, foram pagos R$4 milhões para o Instituto Lula em uma espécie de "conta corrente" de propina com origem em obras na Petrobras na época dos governos petistas. 

A força-tarefa ainda informa que os valores foram repassados em quatro operações diferentes, cada uma na quantia de R$1 milhão.

No processo, o MPF cita a existência de contas correntes entre a Odebrecht, a empreiteira OAS e o PT, nas quais eram movimentados valores milionários para a aquisição e reforma de imóveis em favor de Lula.

De acordo com os procuradores, Marcelo Odebrecht determinou que o dinheiro fosse repassado por meio de doação ao instituto, a pedido do próprio ex-presidente e Okamotto. O objetivo era disfarçar a operação ilegal.

A movimentação foi registrada na planilha "italiano" e na subconta "amigo", que eram controladas por Odebrecht. As autoridades brasileiras explicam que os "códigos" fazem referência a Palocci e Lula.

A defesa do ex-presidente, no entanto, explicou que as doações estão "devidamente documentadas por meio de recibos emitidos pelo Instituto Lula — que não se confunde com a pessoa do ex-presidente — e foram devidamente contabilizadas".

"A Lava Jato mais uma vez recorre a acusações sem materialidade contra seus adversários, no momento em que a ilegalidade de seus métodos em relação a Lula foi reconhecida recentemente em pelo menos 3 julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal", acrescenta a nota.

A nova denúncia, que tem como base trechos da delação premiada de Palocci e de provas colhidas em ações de busca e apreensão, já é de responsabilidade do novo coordenador da Lava Jato no Paraná, Alessandro Oliveira. Ele assumiu após Deltan Dallagnol deixar o cargo no início do mês.(Com agência Ansa)