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Haddad critica ausência de Bolsonaro em debates

Petista diz que há muita coisa em jogo e "as pessoas começam a acordar"

Reprodução -
Em entrevista no Rio, Haddad disse que vai lutar até sábado e ganhar a eleição
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O candidato do PT, Fernando Haddad, voltou a cobrar a participação de Jair Bolsonaro, do PSL, nos debates e disse que ele não tem coragem de enfrentá-lo. Em entrevista à rádio CBN do Rio de Janeiro, o petista chamou Bolsonaro de “covarde” e “motivo de piada no exterior”. “Ele [Bolsonaro] não está aqui para dizer na minha cara, para dizer as mentiras que ele fala no WhatsApp”, afirmou. “Ele [Bolsonaro] não dá medo em ninguém, mas o que está por trás dele dá”, completo.

Ao comentar a última pesquisa do Ibope, Haddad se mostrou entusiasmado com o resultado que mostra uma variação negativa de 2 pontos percentuais para Bolsonaro, de 59% para 57%, e um movimento inverso para ele, de 41% para 43%. Houve queda de 6% na rejeição a Haddad e alta de 5% para Bolsonaro. Segundo o Ibope, Bolsonaro perdeu 12 pontos entre os evangélicos e subida de Haddad de seis pontos. A rejeição a Bolsonaro entre os evangélicos saltou seis pontos, de 23% para 29%; a de Haddad caiu 12 pontos, de 60% para 48%.

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Em entrevista no Rio, Haddad disse que vai lutar até sábado e ganhar a eleição (Foto: Reprodução)

A rejeição a Bolsonaro entre os evangélicos vem crescendo impulsionado por movimentos contrários ao discurso de ódio e preconceito, como Grupos como a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, o “O Amor Vence o Ódio” e “Evangélicos Contra Bolsonaro”, além de religiosos autônomos. Um exemplo foi pastor da Assembleia de Deus e sargento da PM, pastor Isidório (Avante), eleito deputado federal com maior votação pela Bahia, que disse ter se arrependido de espalhar notícias falsas contra o PT e passou a apoiar a candidatura de Haddad.

Ontem, foi a vez da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que emitiu nota sobre o 2º turno, defendendo a democracia e criticando o clima de violência gerado pelas notícias falsas. “Exortamos a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira. Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada”.

“Tem muita coisa em jogo no Brasil, e as pessoas começam a acordar”, afirmou Haddad. “É gente que tem muita expressão no país. Acho que isso vai fazer diferença nessa reta final”, disse também em relação ao ex-governador Alberto Goldman, do PSDB, que anunciou voto no petista. “Eu não me assusto com nada. Quem se assusta bastante é o meu adversário que não veio para nenhum debate. É um covarde. Eu não sou um covarde, vou lutar até sábado e vou ganhar essa eleição”, disse.

A campanha do PT entrou ontem com petição junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo o direito de Haddad participar de entrevista amanhã na TV Globo no horário em que estava marcado o debate, que foi cancelado pela emissora pois o candidato do PSL enviou uma carta informando que não iria.