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Bolsonaro: Não ameaço a democracia

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O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, negou, ontem, que seja o “anticristo” e que represente ameaça à democracia. A afirmação foi em resposta à pergunta sobre a sugestão de seu filho, deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que basta um cabo e um soldado para fechar o STF.

Durante entrevista exclusiva à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Bolsonaro minimizou a repercussão do vídeo em que Eduardo aparece sugerindo que é fácil fechar o STF, bastando levar um cabo e um soldado. O candidato disse que houve um “superdimensionamento do caso”.

“Nós não somos ameaça à democracia, é exatamente o contrário, nós somos a garantia da democracia. E outra, o que meu filho falou foi há quatro meses atrás, existia um outro clima no Brasil.”

O candidato rebateu as denúncias sobre a existência de um grupo de empresários que financiou o envio em massa de mensagens anti-PT no WhatsApp. Reduzindo a importância das acusações, classificou-as como “mentira” e “bala de festim”.

Na entrevista, Bolsonaro voltou a criticar o PT, que, segundo ele, nasceu da clandestinidade na década de 1980 e reuniu “tudo que era gente ruim de terrorismo daquela época”. Também atacou o PSDB, que em sua opinião “defende a mesma coisa” e tem ideias idênticas ao PT.

“Agora apareceu uma pessoa que realmente é oposição e a população simpatizou conosco e temos muita esperança de no domingo colocar alguém na Presidência da República completamente diferente da cúpula do PT ou do PSDB.”

Questionado se pretende participar de debates, Bolsonaro foi categórico. “Não participarei. Estou apto, mas com restrição. Em situação de estresse pode romper a bolsa [de colostomia], já que existe o risco entre o debate e minha saúde, fico com minha saúde, então, eu não vou comparecer a debate, até porque eu vou debater com um cara que não manda na consciência dele”.

Bolsonaro foi entrevistado pelo âncora Rogério Mendelski, que, no fim da entrevista, justificou o “silêncio” de jornalistas presentes no estúdio. “Foi uma condição do candidato, que queria conversar só com o apresentador”, disse.

O jornalista e historiador Juremir Machado questionou a decisão e pediu demissão no ar. “Eu achei humilhante e por isso estou deixando o programa. Foi um prazer trabalhar aqui por 10 anos”. Em seguida, abandonou a bancada.