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Haddad mira em voto dos mais pobres

Ricardo Stuckert -
Em São Paulo, Haddad afirmou que há "milicianos tentando tomar o poder"
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Na reta final do segundo turno, a avaliação na campanha do presidenciável Fernando Haddad, do PT, é que é muito difícil conseguir a virada de votos necessária para ultrapassar, mesmo que por uma margem pequena de votos, o adversário Jair Bolsonaro, do PSL. A classe C, que ascendeu economicamente nos governos petistas e o eleitorado evangélico são os desafios. E o alcance de Bolsonaro no Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde o deputado chega a ter até 40 pontos de vantagem, é apontado como o grande obstáculo para uma reviravolta. Apesar da frustração com o resultado das estratégias, a ordem é partir para cima, aumentar a agressividade e sair em busca do eleitorado mais pobre, desconstruindo o adversário.

Ontem, a ex-ministra Marina Silva, da Rede, resolveu se posicionar e indicou o “voto crítico” em Haddad sob riscos de “crimes de lesa humanidade”. “Diante do pior risco iminente (...) darei um voto crítico” ao “professor Fernando Haddad”. Hoje, o candidato do PT volta ao Rio para um ato político na Lapa, com Chico Buarque e Caetano Veloso, chamado Ato da Virada, e depois segue para Minas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia.

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Em São Paulo, Haddad afirmou que há "milicianos tentando tomar o poder" (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-prefeito de São Paulo comentou declaração do filho de Bolsonaro, deputado federal eleito, Eduardo Bolsonaro (PSL), sobre fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que “as instituições estão se sentindo ameaçadas pela linha dura das Forças Armadas” e que, por isso, têm demorado para reagir aos ataques do adversário. Segundo o petista, a imprensa e a oposição também estão sob ameaça. “Essa turma é de milicianos, isso é muito perigoso. São milicianos tentando tomar o poder. As instituições precisam reagir”, disse em entrevista, antes de se encontrar com catadores de papel em São Paulo.

Haddad ainda voltou a criticar a lentidão da Justiça Eleitoral e contestou declaração do chefe do Gabinete Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, que disse que as fake news não influenciaram no resultado do segundo turno. “O que o Etchegoyen tinha que estar dando entrevista ao lado da Rosa Weber? Quem é ele para dizer isso?”, indagou sobre a coletiva realizada no domingo pelo TSE. “Qual é autoridade do Etchegoyen no TSE? Foi lá se colocar como uma ameaça?”, continuou.

No Nordeste, o ex-prefeito havia chamado Bolsonaro de “soldadinho de araque” e “chefe de milícia” e disse que os filhos do deputado são “capangas”. O tom será repetido à exaustão. A denúncia sobre a compra de serviços de distribuição em massa de noticias falsas também vai continuar na pauta do petista. Haddad ainda denunciará a fala transmitida em um telão na Avenida Paulista, onde Bolsonaro retoma a virulência contra o PT: “Vamos varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil”, disse. “Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia”, afirmou. Bolsonaro ainda atacou a imprensa e ameaçou: “Sem mentiras, sem fake news, sem ‘Folha de S.Paulo’. Nós ganharemos esta guerra. Vocês não terão mais verba publicitária do governo”.

A ex-ministra Marina Silva resolveu se posicionar e indicou o “voto crítico” em Haddad sob riscos de “crimes de lesa humanidade”. “Diante do pior risco iminente (...) darei um voto crítico” ao “professor Fernando Haddad”. Hoje, o candidato volta ao Rio para um ato político com Chico Buarque e Caetano Velos, chamado Ato da Virada, e depois segue para Minas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia.