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Na volta à TV, Haddad cita ataques e Bolsonaro pede união

Reprodução TV -
Fernando Haddad
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Na volta do horário eleitoral gratuito na televisão, ontem, o programa do candidato do PT, Fernando Haddad, ampliou as críticas a Jair Bolsonaro (PSL) e ligou casos de violência ocorridos na campanha ao adversário, como fizera mais cedo no rádio. Bolsonaro repetiu o ataque contra o PT e Haddad. O programa do candidato do PSL citou a “ascensão do socialismo e do comunismo na América Latina”, e a criação do “Foro de São Paulo, grupo liderado por Lula e Fidel Castro”.

Um dos casos mencionados por Haddad foi o assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, ocorrido na noite do dia 7 de outubro, em Salvador. O artista levou 12 facadas de um homem em um bar após uma discussão entre os dois por causa da discordância entre ambos na escolha do candidato a presidente.

Macaque in the trees
Fernando Haddad (Foto: Reprodução TV)

Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato. “A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle.”

Na quarta-feira, ele voltou ao assunto em seu Twitter, já com outro tom. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis.” Em uma segunda postagem, ele disse haver um “movimento orquestrado forjando agressões” para o prejudicar, “nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos”

O programa de Haddad teve breve aparição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, , que não aconteceu no programa de rádio. O ex-presidente afirma que “em 500 anos de Brasil nós nunca tivemos ninguém com a capacidade do Haddad para fazer o que foi feito pela educação”, lembrando o período em que Haddad foi ministro da Educação de seu governo. O PSL, por sua vez, informou que “Cuba é o país mais atrasado do mundo” e lembrou crises na Venezuela e no Brasil.

Na abertura do programa de Haddad, a frase de Bolsonaro “nós vamos metralhar a petralhada aqui no Acre”, dita em comício naquele estado, é citada como exemplo da incitação à violência pelo deputado federal. No programa de Bolsonaro, declarações de pessoas procuraram afastar as acusações de racista e machista atribuídas ao candidato do PSL. “Sou mulher e negra. PT nunca mais”, afirma uma apoiadora do deputado.

Macaque in the trees
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução TV)

Haddad falou em defesa da preservação de direitos e de como enfrentar o desafio da geração de empregos e garantia de comida na mesa. Ele propõe a criação do programa “Meu emprego de novo”, para estimular contratações a partir da retomada de obras públicas paradas. “É melhor o povo com um livro na mão do que com armas”., diz. O programa destacou o currículo do petista, doutor em filosofia, mestre em economia e professor universitário, recordando realizações como ministro da Educação, e trouxe também a ligação dele com a família, o casamento de 30 anos e o pedido do candidato por paz, união e voto dos que optaram pelos adversários no primeiro turno.

A propaganda de Bolsonaro fala também da união do país. “Chegou a hora de o Brasil se unir e virar a página do passado e eleger um presidente que vai fazer o país crescer”, diz o locutor da propaganda do candidato do PSL. O candidato resumiu seus 28 anos no Congresso Nacional dizendo que é honesto, “nunca fez conchavos”e “sempre defendeu os valores da família”.

Na parte final de seu programa, Bolsonaro chora ao relatar a reversão de vasectomia para que pudesse ter uma filha, Laura, única mulher após quatro homens. A declaração acontece um ano e seis meses depois de o candidato do PSL dizer, em palestra, que ter tido uma filha após quatro meninos foi uma “fraquejada”, declaração que, depois, ele justificou dizendo que foi uma “brincadeira que homem faz”.

Reprodução TV - Jair Bolsonaro