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PSDB paulistano expulsa Goldman e Saulo por 'infidelidade partidária'

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Em meio a uma profunda crise interna, agravada pelo resultado do primeiro turno das eleições, o diretório municipal do PSDB em São Paulo decidiu nesta segunda-feira, 8, expulsar sumariamente do partido o ex-governador Alberto Goldman, o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro, e outros 15 filiados por "infidelidade partidária" nas campanhas de João Doria ao governo paulista e de Geraldo Alckmin a presidente. Cabe recurso ao diretório estadual.

Por unanimidade, 12 membros da executiva municipal tucana, controlada por aliados de Doria, entenderam que Goldman e Saulo de Castro traíram o ex-prefeito da capital na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, conforme antecipou a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo.

Crítico ferrenho de Doria desde a eleição à Prefeitura, em 2016, Goldman apoiou a candidatura de Paulo Skaf (MDB), que teve 21% dos votos e ficou fora do segundo turno. No debate da TV Globo, na semana passada, o ex-governador e aliado do senador José Serra (PSDB) foi com um adesivo de Skaf colado no peito e sentou-se ao lado dos apoiadores do emedebista.

Já Saulo de Castro, braço direito de Alckmin no governo do Estado, foi expulso por ter levado na noite de Domingo (7) o governador Márcio França (PSB), que disputa com Doria o segundo turno, a uma reunião com o presidenciável tucano. Ele ainda teria usado um broche de França durante todo primeiro turno.

"Foi uma decisão sumária porque nós achamos que o momento é grave e não podemos esperar que tais medidas se repitam no segundo turno", disse o vereador João Jorge, presidente municipal do PSDB.

Entre os expulsos do partido está Flávio Beal, apoiador de Doria que fomentou o voto "Bolsodoria", defendendo apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) já no primeiro turno.

Ao ser informado pela reportagem da decisão, Goldman disse que não conseguia conter a gargalhada. "Não tem ninguém com condição moral no PSDB de me expulsar de lugar nenhum", afirmou. Saulo de Castro não comentou a expulsão.

Hoje, Alckmin e Doria devem se encontrar na reunião da Executiva nacional do PSDB, em Brasília, na qual os tucanos farão uma avaliação das eleições e devem definir o posicionamento no segundo turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). Uma ala ligada a Alckmin prega a neutralidade, enquanto Doria defende apoio ao capitão.

Palanque

Nesta segunda-feira, o presidente estadual do PSL, Major Olímpio, que se elegeu senador, afirmou que Bolsonaro não vai subir em nenhum dos dois palanques em São Paulo e que ele "jamais apoiaria o PSDB" por causa do tratamento dado à polícia e pelos casos de corrupção.

Para o general Roberto Sebastião Peternelli, que se elegeu deputado federal pelo PSL, a neutralidade é melhor porque evita atritos estaduais que poderiam afetar Bolsonaro na eleição presidencial.

O PT de Haddad e do candidato Luiz Marinho também deve ficar neutro em São Paulo. Já Skaf se reúne nesta terça-feira, 9, com a cúpula do MDB para decidir sobre possível apoio a França ou pela neutralidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.