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PT faz planos para o segundo turno

Leonardo Augusto/AE -
Em Belo Horizonte, Haddad disse que quer debater frente a frente com Bolsonaro
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Caso o desafio do primeiro turno seja superado, a campanha do presidenciável do PT, Fernando Haddad, promete dar início a uma ação política com o objetivo de ampliar o espectro democrático em torno do petista para enfrentar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, no segundo turno. A avaliação é que a busca de apoio não deverá se limitar ao eleitorado de Marina Silva, da Rede, e de Ciro Gomes, do PDT, mas, inclusive, uma parcela do PSDB, considerada democrata e que rejeita ver Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto.

Com as pesquisas de intenções de votos mostrando uma forte consolidação de Bolsonaro, o clima no comando petista é de preocupação e apreensão, pois esperava-se uma distância menor entre os dois e as contas para levar a eleição para segundo turno podem estar perto do limite. A aposta é que será necessário colocar em segundo plano a defesa programática que vem sendo adotada até agora para demarcar posição bem mais ofensiva em defesa da democracia e contra o autoritarismo.

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Em Belo Horizonte, Haddad disse que quer debater frente a frente com Bolsonaro (Foto: Leonardo Augusto/AE)

A previsão no partido é que o jogo no segundo turno será duríssimo e que Haddad precisará ser mais incisivo. “Essa é uma campanha de posicionamento, de enfrentamento. Ele vai ter que subir o tom porque não é uma questão de brigar, de ódio, não é isso. É subir o tom da política, mostrar o que está em jogo”, afirma a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. “O Haddad está convicto da linha da campanha, que vai ter que entrar demarcando bem”, acrescentou ao admitir que a forma como a campanha de Bolsonaro vem operando mostrou que enfrentá-lo não está sendo tão simples.

Segundo ela, o legado das gestões petistas não será abandonado totalmente, mas fazer a diferenciação entre um projeto liberal e autoritário é considerado fundamental pela campanha. “São dois projetos muito claros: um é da defesa da democracia, mas principalmente dos direitos do povo, um projeto inclusivo que fortalece o estado para conduzir a economia, do resgate das políticas sociais, revisão das reformas feitas; e o outro que vai aprofundar a política do Temer, que vai fazer do Brasil uma terra arrasada”, enfatiza.

Ontem, em agenda em Belo Horizonte, Fernando Haddad afirmou que seu adversário se esconde nas redes sociais e quer que o oponente debata “frente a frente”. “A expectativa é que ele [Bolsonaro] debata”, afirmou sobre o segundo turno. “Frente a frente. Olho no olho. Ao invés de usar as redes sociais para se esconder”, afirmou ao enfatizar que a campanha vai “atuar nas redes sociais contra a difamação e a injúria”.

Diante do avanço de Bolsonaro sobre redutos petistas como o Nordeste, a campanha de Haddad decidiu aproveitar os momentos finais da disputa presidencial na região. Hoje, o petista estará em Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia, ao lado do ex-ministro Jaques Wagner e do governador Rui Costa, forte candidato a garantir a reeleição ainda no primeiro turno. Ontem Haddad esteve em Minas e depois seguiu para São Paulo, onde vai encerrar a campanha.