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Ciro não vai mudar estratégia

Renato S. Cerqueira/AE -
Ao deixar o hospital, em São Paulo, Ciro Gomes procurou demonstrar confiança
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O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, suspendeu a agenda pública de campanha até o próximo domingo. Convalescente por causa da cirurgia de emergência que fez na noite de terça-feira, Ciro participará apenas do debate da TV Record no domingo, abrindo exceção, assim como fez ontem, ao participar do confronto do SBT.

Consolidado na terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto, Ciro manterá, na reta final da corrida eleitoral, a estratégia de se apresentar como a terceira via ante a polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Na segunda-feira, ele retomará às viagens a lugares onde a rejeição ao PT é maior, em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

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Ao deixar o hospital, em São Paulo, Ciro Gomes procurou demonstrar confiança (Foto: Renato S. Cerqueira/AE)

“Vamos continuar mostrando Ciro como a terceira via porque esta é a realidade. Ele é a melhor opção entre os candidatos que não estão nos dois extremos. É isso que as pesquisas mostram”, diz o presidente do PDT e coordenador da campanha, Carlos Lupi. “Nesse momento, existem 42% do total de eleitores que ainda não definiram o seu voto. Esses eleitores buscam uma proposta que não represente esses dois extremos e é neles que vamos chegar”, opina Lupi, E repete o bordão que vem usando desde o início da campanha: “Nem coxinha, nem mortadela, Ciro é a rapadura, dura mas doce”.

Para alcançar o voto dos indecisos, a campanha pretende mostrar que o programa de governo do candidato é o mais consistente e que ele está melhor preparado para governar o país no momento de crise. A ideia, segundo Lupi, é dizer que Ciro vai romper tanto com o “continuísmo do PT, que já teve a sua chance” quanto com o “discurso de ódio”, representado por Bolsonaro.

“É muito significativo que um candidato com apenas 40 segundos de tempo de propaganda no rádio e na TV tenha conseguido se manter no terceiro lugar nas intenções de voto”, observa Lupi, ao comentar a pesquisa Ibope/CNI, na qual Ciro teve a preferência de 11% dos eleitores.

A agenda de Ciro até a eleição ainda está sendo refeita mas, segundo o coordenador da campanha, o candidato deverá fazer o seu último discurso no Ceará, que governou, passando antes por outros estados do Nordeste. “Ciro está bastante consolidado no Ceará, na frente, inclusive, de Haddad. Em Pernambuco o PT está na frente, mas lá também o Ciro é forte”.

Sobre a suspensão da agenda até domingo, Lupi diz que, embora o procedimento tenha sido “algo muito simples, sem perigo”, a decisão foi tomada por prudência. “Há sempre o risco de um tapinha nas costas ou um abraço mais apertado acabar provocando uma reação no corpo”.