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Desafio de Haddad é se tornar conhecido

PT espera conseguir comunicar que a chapa tem apoio de Lula

Guilherme Rodrigues/AE -
Haddad caminhou, ontem, pelas ruas de Osasco, na região metropolitana de SP
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Na corrida contra o tempo para mostrar ao eleitor que Fernando Haddad é Lula, a campanha da coligação “O Brasil Feliz de Novo”, do PT, PCdoB e Pros, usa como estratégia de narrativa lembrar o legado social e econômico dos anos petistas à frente do Palácio do Planalto e mostrar o fracasso do governo Temer com a destruição de políticas públicas. Na Carta ao Povo Brasileiro, divulgada quando Haddad foi oficializado, o ex-presidente deu a senha ao escrever “vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente” e o roteiro vem sendo seguido nos discursos, na propaganda eleitoral e na internet.

O PT ainda precisa apresentar Haddad e sua vice Manuela D’Ávila para o eleitorado e uma das apostas da coordenação da campanha, que se reuniu essa semana, é a exposição que o presidenciável agora passa a ter na mídia, em entrevistas, debates e sabatinas, tudo isso visto como importante para torná-lo conhecido. Hoje à noite, por exemplo, ele estará na bancada do Jornal Nacional,e pela manhã fará caminhada na Rocinha, no Rio. “É preciso comunicar pra todo mundo que essa chapa é apoiada por Lula e apresentar o programa, que é o mesmo programa”, diz Nádia Campeão vice-prefeita de Haddad na capital paulista e integrante da coordenação, chefiada por Sérgio Gabrielli. “Isso vai ser a coisa nova, importante pra campanha”, diz, enfatizando também o horário eleitoral.

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Haddad caminhou, ontem, pelas ruas de Osasco, na região metropolitana de SP (Foto: Guilherme Rodrigues/AE)

Foi decidido que a agenda pública será basicamente nas ruas, de contato popular, como ontem em Carapicuíba e Osasco, cidades da região metropolitana de São Paulo, onde candidato e vice pararam para comer um cachorro quente de rua. Sobre as viagens, haverá uma concentração natural no sudeste por conta das agendas da imprensa no eixo Rio-SP, e será dada prioridade aos locais com maior eleitorado. A agenda ainda não está toda fechada, mas estão programadas idas ao Nordeste, Norte, e ao Sul. A novidade é que Manuela terá também uma agenda separada e Haddad continuará visitando o ex-presidente Lula em Curitiba às segundas-feiras.

A ordem no comando da campanha de Haddad é não duelar com Ciro Gomes, do PDT, e mesmo que o ex-prefeito se torne o alvo por estar em uma perspectiva de crescimento entre os presidenciáveis que disputam o segundo lugar nas pesquisas, a pretensão é não mudar a linha de atuação. “É mostrar o caminho que o Brasil já trilhou de avanço social e é isso que o povo está querendo ouvir”, ressalta Nádia. Segundo ela, na coordenação é consensual que eventuais críticas de Ciro não serão rebatidas. “Não temos interesse em criticar e nem atacar o Ciro de forma nenhuma. Nós temos adversários muito mais marcantes”. Em Osasco, Haddad também refutou o assunto e disse que “este tipo de ataque pessoal não vamos fazer”. “Nossa estratégia até o final da campanha é só comparar proposta. Se você me apresentar uma proposta dele (do Ciro) para comentar, eu comento”, explicou.