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Transferência de voto de Lula a Haddad depende de eficácia da campanha, diz Ibope

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A diretora-executiva do Ibope Inteligência, Marcia Cavalari, disse nesta quinta-feira, 6, em entrevista ao Jornal Eldorado, que a transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu vice, Fernando Haddad, caso o ex-prefeito paulistano assuma a cabeça de chapa do PT, dependerá da capacidade do partido de comunicar que ele é o candidato de Lula nas eleições 2018.

Pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira, 5, mostrou Haddad em quinto lugar, com 6% das intenções de voto, atrás de Jair Bolsonaro, do PSL, (22%), Ciro Gomes, do PDT (12%), Marina Silva, da Rede, (12%) e Geraldo Alckmin, do PSDB, (9%)

Enquanto o PT não define quem substituirá Lula, que ainda tenta com recursos na Justiça reverter sua impugnação, o candidato do PDT Ciro Gomes registrou ganhos importantes no Norte e Centro-Oeste, onde subiu oito pontos porcentuais na comparação com o levantamento anterior e no Nordeste, onde o ex-governador do Ceará cresceu seis pontos.

"Haddad tem um terreno que vai depender da eficácia da comunicação do PT em falar pras pessoas que ele é o candidato apoiado pelo ex-presidente Lula", disse Marcia. "Quando Lula não está no cenário, há um crescimento natural do Ciro Gomes muito em função dos eleitores não conhecerem Fernando Haddad e não saberem que ele será o candidato do PT. Haverá novas movimentações dos eleitores com o apoio do Lula (a Haddad)."

Ainda de acordo com a diretora do Ibope, o primeiro levantamento feito após a impugnação da candidatura de Lula e o início da campanha no rádio e TV mostra uma diminuição significativa do número de indecisos e brancos e nulos: de 38% para 28%.

Sobre a campanha do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, Marcia Cavalari disse que a votação do tucano ainda é estável em vários segmentos. "Como a pesquisa pegou apenas o primeiro programa na TV, temos de ver se com mais tempo de horário eleitoral há alguma movimentação", afirmou "Com mais tempo você ajusta melhor o discurso", disse.

A alta taxa de rejeição do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, concluiu a diretora do Ibope, deve ter um peso maior no segundo turno. "Uma rejeição consolidada é difícil de ser mudada ao longo do caminho", finalizou.