ASSINE
search button

PT escolherá entre 3 opções

Partido pode confirmar Haddad amanhã, esperar prazo do TSE ou aguardar até o dia 17

Divulgação -
Fernando Haddad conversa com o senador Humberto Costa e com o governador Paulo Câmara
Compartilhar

Nos próximos dias, o PT terá que decidir se irá antecipar a estratégia traçada anteriormente, de só substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-prefeito Fernando Haddad na chapa à Presidência da República no calor da campanha eleitoral, o mais perto possível da votação. Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de barrar a candidatura de Lula, o partido tem 10 dias para trocar o cabeça de chapa. A estratégia para esse período pode ser definida amanhã, quando Haddad irá a Curitiba conversar com o ex-presidente. “Vamos apresentar o quadro jurídico ao presidente Lula na segunda-feira pela manhã. Vamos discutir o que fazer nesses dez dias de prazo”, disse o vice na chapa do PT, em entrevista coletiva em Garanhuns (PE), terra natal de Lula, onde fez campanha.

Macaque in the trees
Fernando Haddad conversa com o senador Humberto Costa e com o governador Paulo Câmara (Foto: Divulgação)

O PT irá recorrer da impugnação na Justiça Eleitoral aos tribunais superiores, solicitando a suspensão da inelegibilidade, e cogita usar todo o prazo enquanto aguarda uma decisão. “A Justiça Eleitoral, neste caso, talvez não seja a última palavra, vamos estudar ao longo do fim de semana”, indicou Haddad.

São pelo menos três cenários em discussão: confirmar, em reunião da Executiva Nacional petista e dos partidos que integram a coligação “Brasil Feliz de Novo”, PCdoB e Pros, o nome de Haddad logo no começo da semana; recorrer às instâncias superiores e esperar o prazo de 10 dias dado TSE; e deixar para trocar Lula só no prazo final, dia 17 de setembro, conforme prevê a Lei das Eleições. Isso, no entanto, impediria a coligação de estar no horário eleitoral. Há ainda no partido quem queira ir de Lula até o fim, o que é um alto risco. A coligação poderia ficar fora das eleições de 2018, caso a situação jurídica não se altere, e desperdiçar a chance de voltar ao Palácio do Planalto, uma vez que as pesquisas indicam que o ex-prefeito tem grandes chances de estar no 2º turno, como o candidato indicado por Lula.

Mais tempo para transferir votos

Para aliados de Haddad, o cenário ideal e mais racional seria fazer logo a troca, e o ex-prefeito estaria livre para figurar na propaganda como candidato e participaria dos debates e entrevistas. Com Haddad oficialmente candidato, haveria mais tempo para a transferência de votos, dada como certa. Uma das análises lembradas é que a reação de parte do eleitorado de tirar Lula do pleito poderia dar vazão a um outsider. Apesar de estar no 7º mandato como deputado, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) se coloca como uma novidade e há o receio em relação à migração de votos para ele. Isso, comenta-se, não pode ser desprezado.

Ontem, dia seguinte à impugnação de Lula, a militância de esquerda virou a página sem problemas e com humor, levando ao trending topics da rede social Twitter a hashtag #HaddadPresidente, com o ex-prefeito sendo alçado ao cargo pelos internautas em declarações abertas de votos. Um dos memes dizia: “Lula é Haddad, quem não tem cão caça com gato”, referindo-se ao ex-prefeito. “Estou HADDAPTADA”, afirmou uma eleitora, sobre a aceitação da possível troca.

Na sessão extraordinária, que durou mais de dez horas e terminou na madrugada de ontem, o TSE voltou atrás e autorizou a veiculação do programa presidencial do PT no horário eleitoral, desde que o ex-presidente não apareça como candidato.Apenas no programa do rádio, Lula foi apresentado como presidenciável porque a decisão do TSE ocorreu num prazo inferior ao mínimo de seis horas de antecedência para a veiculação.

Na TV, partido critica ‘duro golpe’

No primeiro dia do programa eleitoral, o PT disse que a decisão do TSE foi o “mais um duro golpe” contra “a vontade do povo”. Haddad narrou parte do programa e disse que fazia “um juramento de lealdade a Lula”, depois de dizer que o presidente Michel Temer “bagunça” o país.

O ex-presidente aparece em vídeo gravado antes da prisão. “Sei como vou passar pela história. Não sei como eles vão passar. Se eles vão passar como juízes ou algozes”.

Tags:

elétrico