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Disputa sucessória chega ao rádio e à TV

Com horário gratuito, campanha à Presidência entra na reta final

JB -
A FATIA DE CADA UM NO HORÁRIO ELEITORAL
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Estreia neste sábado a propaganda de rádio e televisão dos candidatos à Presidência da República. No rádio, os programas serão exibidos às 6h e às 12h e na TV, às 13h e às 20h30.Embora o eleitor tenha sua rotina quebrada diante da telinha ou enquanto dirige, os candidatos apostam alto no horário eleitoral obrigatório, tanto que, para ampliar o tempo de exibição, buscam alianças com outros partidos, já que, pelas regras eleitorais, o tempo é distribuído de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos que formam a aliança.

Hoje, o exemplo mais explícito é o da coligação “Para unir o Brasil”, de Geraldo Alckmin. Graças ao grande número de partidos que conseguiu congregar em torno do candidato – PSDB, PTB, PP, PR, DEM, Solidariedade, PPS, PRB e PSD –, a chapa abocanhou quase a metade do tempo total da propaganda obrigatória, contando com 11 minutos diários de exibição, além de 12 inserções diárias que entrarão ao longo da programação das emissoras em momentos livres, totalizando 434 inserções até 4 de outubro, quando termina o horário eleitoral gratuito.

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A FATIA DE CADA UM NO HORÁRIO ELEITORAL (Foto: JB)

O candidato tucano tem sustentado que com a superexposição conseguirá chegar ao segundo turno. E no primeiro vídeo, exibido ontem nos horários livres, optou por atacar o adversário que ocupa o seu mesmo campo político, Jair Bolsonaro, do PSL, com quem disputa o eleitorado da direita. No vídeo exibido pela campanha de Alckmin uma bala em câmera lenta quebra um copo de leite onde está escrito “desemprego”, em seguida corta ao meio uma sequencia de livros com a palavra “analfabetismo”, faz explodir uma bolsa de sangue que remete às filas da saúde, parte o melão que expressa a fome até parar antes de atingir o rosto triste de uma menina negra. O projétil se transforma em letras que se juntam na frase “não é na bala que se resolve”.

Ontem mesmo, a campanha de Bolsonaro entrou com uma representação para que a propaganda não volte a ser exibida hoje, na estreia do programa no horário oficial. A argumentação é de que o vídeo tucano utiliza recursos de computação gráfica proibidos pela legislação eleitoral.

Além de combater o discurso armamentistas de Bolsonaro, Alckmin seguirá no programa deste sábado com a retórica do “abismo entre o falar e o fazer”. Ele mostra feitos seus na área da saúde quando foi governador de São Paulo.

O candidato do PSL está em total desvantagem na arena midiática tradicional. Com apenas 16 segundos de tempo e 11 inserções para todo o primeiro turno, a estratégia de Bolsonaro será a de convidar o eleitorado a desligar o rádio e a TV e migrar para a internet, onde ele pretende falar com tempo mais livre. A candidata da Rede, Marina Silva, que aparece em segundo lugar nas pesquisas sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, usará a mesma estratégia, já que o seu eleitorado é usuário das redes sociais e ela dispõe apenas de 10 segundos diários.

Na mesma tônica de Alckmin, Henrique Meirelles tentará imprimir a marca da experiência. No primeiro vídeo, aparece recebendo um aperto de mão do ex-presidente americano, Bill Clinton, e o locutor afirma que ele foi convidado para dirigir um grande banco internacional. Em seguida, o vídeo exibe o aperto de mão com Lula, que o convidou para presidir o Banco Central.