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O principal responsável

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O princípio da tolerância consagrou o reconhecimento da liberdade política - que confia sua permanência ao exercício da razão crítica. Foi preciso que a liberdade de opinião assumisse papel essencial à convivência humana, para que o princípio adquirisse significado positivo.

Ainda que não seja universalmente compartilhada, e ainda seja duramente combatida por diversos credos e regimes, a tolerância tem limites?

A exigência de tolerância procede da consciência da irredutibilidade de opiniões, do igual direito à convivência de convicções opostas. Como método de persuasão, e não de imposição, perante aqueles que pensam diferentemente de nós, deve se sustentar por argumentos racionais.

Maior conquista em direção à moderna sociedade democrática, compreende instituições que permitem regular a convivência possível. O debate entre várias propostas prossegue com a mesma intensidade, e também com a mesma incerteza, com que se combateram suas restrições.

É absolutamente necessário a toda convivência humana, mais do que admitir, cultivar a tolerância, que não pode levar senão a soluções razoáveis.

"A pandemia acelerou o curso da História", disse o jornalista Paulo Sotero. Não me parece original a separação entre fatos e valores, contra os males do mundo contemporâneo, dos quais o principal responsável seria a ética das regras como decorrência natural do racionalismo.

Ainda que o mundo imaginado por nós não existe - aqui e agora, em plena pandemia -, e talvez não venha a existir jamais, estamos convencidos de que o mundo será melhor do que o mundo em que somos obrigados a viver; assim o prefiguramos em nossa ação cotidiana.

Engenheiro, é autor de "Por Inteiro (Editora Multifoco, 2019)