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O único caminho político realista

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O amor à liberdade abarca “pobres e ricos, elevados e baixos, ignorantes e instruídos”, já disse John Adams.

Toda construção política deve ter como aspiração proteger o exercício da liberdade dos indivíduos. A experiência política da liberdade do cidadão não desparece com a experiência econômica do consumo.

O mundo, menos fechado dentro da lógica territorial, se de fato não faz a unidade por capilaridade, acredita na importância fundamental da liberdade dos modernos. Entretanto, é preciso sempre dizer que a soma algébrica das escolhas individuais não toma o lugar da discussão democrática.

A globaliza obriga a sempre retomar a reflexão sobre a liberdade dos indivíduos, e a pôr a questão sobre seus fundamentos, sobre as instituições que garantem seu exercício, e sobretudo sobre seus limites.

Como evitar que a abertura do leque de escolhas oferecidas provoque, por reação, um desejo de fechamento?

De fato, a globalização tem sido acompanhada do ressurgimento de seitas, de nacionalismos. Pode ser a consequência inesperada e temível do descompasso intolerável entre a natureza global das questões que determinam o nosso futuro e caráter particular das comunidades com as quais nos identificamos.

O único caminho político realista é trabalhar na construção de uma comunidade de comunidades, calcadas na negociação entre comunidades políticas diferentes e em princípios que as tornem compatíveis.

A abertura da globalização não se justifica por critério utilitário, tampouco pelo plano moral. Na verdade, vantagens econômicas, exigência moral, tensões sociais, todas devem ser levadas em conta.
Um mundo onde o poder se dilui numa infinidade de pequenas decisões , que avança a pequenos passos medidos, por ajustamentos sucessivos, não faz desaparecer a política, requer moderação e prudência.

A tecnologia modifica as condições do exercício do poder; porém, não cria nenhum automatismo. Se o progresso do conhecimento é um processo cumulativo, o mesmo não ocorre com instituições ou comportamento moral. Assim que hoje a capacidade de exercer tanto o bem quanto o mal é superlativa.