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Um mês especial

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Maio é para a Igreja o mês de Maria. No Brasil e em alguns países, é também o mês das mães. Mas há ainda a tradição de ser o mês das noivas. Podemos então dizer que é o mês da vida, pois o homem e a mulher, amando-se reciprocamente, e unindo-se indissoluvelmente em matrimônio, são chamados por Deus a cooperar no grande mistério da vinda de uma nova vida humana.

Realmente, maio é o mês preferido das noivas que sonham em subir ao altar. Há toda uma luz que envolve o sonho de muitas mulheres, e muitos casais se perdem na euforia da festa, que é um momento único, mas vale ter sempre em mente a beleza do sacramento, que irá sustentar a vida a dois.

É importante que o casal faça de modo que seja uma verdadeira festa cristã. A razão mais profunda da alegria desse dia nos indica o Evangelho de São João: o milagre nas bodas de Caná. Em um certo momento, o vinho acabou e a festa parecia arruinada. Por sugestão de Maria, naquele momento, Jesus se revela pela primeira vez e realiza um milagre: transforma a água em vinho e, assim, salva a festa de núpcias.

O que aconteceu em Caná há dois mil anos acontece, na realidade, em cada festa de casamento: o que fará pleno e profundamente verdadeiro o matrimônio do casal será a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça. É a sua presença que oferece o “vinho bom”, é Ele o segredo da alegria plena.

O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo de um compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar.

O Papa Francisco escreveu uma mensagem sobre o amor na família, que vale sempre a pena ser lida e relida. Na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, ele se empenhou ao falar aos casais. O Santo Padre destacou que o matrimônio é uma vocação, sendo uma resposta à chamada específica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacional.

Na mútua recepção e com a graça de Cristo, os noivos prometem entrega total, fidelidade e abertura à vida, e também reconhecem como elementos constitutivos do matrimônio os dons que Deus lhes oferece, tomando a sério o seu mútuo compromisso, em nome de Deus e perante a Igreja.

Portanto, na fé, é possível assumir os bens do matrimônio como compromissos que se podem cumprir melhor com a ajuda da graça do sacramento. O olhar da Igreja se volta para os esposos como o coração da família inteira, que, por sua vez, levanta o seu olhar para Jesus.

O sacramento não é uma força, mas o próprio Cristo, na realidade. Ele vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimônio. Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem, tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro. O matrimônio cristão é um sinal que não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja na Aliança selada na Cruz, mas torna presente esse amor na comunhão dos esposos.

Os casais cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da fé um para com o outro, para com os filhos e demais familiares. Deus os convida a gerar e a cuidar. Que Deus abençoe todos os casais noivos, a amadurecerem juntos no amor e na fé, para construção de uma verdadeira família cristã.

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