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No subterrâneo da política, a corrupção

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Ensinam os dicionaristas que subterrâneo é o que fica debaixo da terra, cova ou compartimento de nível abaixo do solo, no sentido literal, materialmente falando-se. No que tange ao título deste artigo, tendo-se o homem como foco principal, aplica-se no aspecto moral, como “homo politicus”, chega-se aos representantes do povo no Parlamento, no Executivo e no Judiciário, e algumas “otoridades”, ressalvadas honrosas exceções, “no tempo e no espaço” (meu jargão), desta República Federativa Brasileira.

Materialmente, o homem, figura que desfruta, no reino animal, de raciocínio, de intelecto, de inteligência, consegue, assim, construir “coisas” incríveis que nos encantam sobremaneira, em todas as atividades humanas.

Intrinsecamente, o cidadão-contribuinte-eleitor, incrustado na vida política deveria ter uma conduta escorreita que não o desabonasse, contrário senso do que vem ocorrendo em nosso país, efetivamente, desde a sua descoberta lá atrás, a partir de 1500.

Em artigos pretéritos e em livros, já declinei que, nesses 518 anos, pode-se dizer e considerar que o Brasil, temporalmente, passou por fases distintas, politicamente: Brasil-Colônia, Brasil-Império, Brasil-República, Brasil-GV (ditadura civil), Brasil-Democracia, Brasil-Golpe Militar, Brasil-Redemocratizado. A partir de 2019, qual será o Brasil?

Historicamente, não se precisa aprofundar muito para ajuizar-se, nesse futuro lapso temporal, que as nuances políticas sofrerão variações, tendo-se em vista as peculiaridades do momento político brasileiro. Espera-se que, com a continuação da Lava Jato, mais gente corrupta vá parar na cadeia e que o Brasil realmente venha a ser passado a limpo, de fio a pavio, pois é essa a promessa do presidente eleito.

A corrupção, os deslizes, os roubos desenfreados nos três níveis da administração pública têm que ter um fim, imediatamente, pois, nesses cinco centenários, o país esteve eivado de exploradores de nossas riquezas, das coisas mais comezinhas até os rombos mastodônticos em nosso Tesouro Nacional.

Ninguém, a rigor, passou incólume pelos cargos que ocupou. É arriscado fazer-se esta afirmativa? Até que pode ser, num primeiro momento. Todavia, os anais registram deslizes e mais deslizes cometidos nos três graus: federal, estaduais e municipais. Acrescente-se que não somos incautos, nem levianos, nem irresponsáveis.

Nessas duas últimas décadas, óbvio, deste século 21 é que os meios de comunicação, corajosamente, vêm divulgando, com espírito patriótico, o que vem ocorrendo no subterrâneo da política, a corrupção desenfreada, que vem solapando as nossas reservas econômico-financeiras, de forma acintosa espraiada pelos órgãos da administração direta e indireta, vergonhosamente.

O termo corrupção foi elevado na mídia, como o mais subterrâneo da política brasileira, lamentavelmente, mas foi através da Lava Jato que as coisas aclararam-se para a opinião pública, insofismavelmente.

Melhores dias e anos virão para gáudio e esperança desta nação de 208 milhões de gente boa e trabalhadora, que luta por um lugar ao sol, na agradável expectativa de que ela emergirá desse subterrâneo, dessa fossa de políticos imorais e ascenderá ao mais alto ponto de um país-Estado, que, por certo, surpreenderá o mundo e aqueles que tentam denegrir a sua imagem de nação livre e independente. O Brasil tem jeito, tem solução desde que, entre outras mazelas, acabe-se com subterrâneo da corrupção, que grassa há anos, neste país.

* Advogado, jornalista e escritor

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