ASSINE
search button

Incertezas

Compartilhar

No desenvolvimento e uso da Tecnologia da Informação, podemos identificar diversas fases, iniciadas grosso modo com o cartão perfurado e as calculadoras eletrônicas, em inícios de 1960. Nos anos 70-80, expandiram-se os computadores multitarefa de maior porte, utilizados principalmente em aplicações de gestão empresarial e governamental. Os minis e microcomputadores dos anos 90 marcaram uma nova tendência, que desembocou no uso pessoal, conectado e portátil de hoje.

Esse processo evolutivo aconteceu de forma muito rápida, como sabemos. Analisando apenas os últimos 10 anos, podemos notar enormes diferenças nas tecnologias que iam sendo desenvolvidas e utilizadas. Hoje, a inteligência artificial, a realidade virtual, a utilização de softwares relacionados com big data, a internet das coisas, com aplicações na indústria, na gestão empresarial e até nas residências modificaram radicalmente a vida econômica e social.

Revendo a nossa história nos séculos 20 e 21, podemos perceber alguns ciclos, que alteraram, em maior ou menor profundidade, o contexto social e econômico do país. Desse ponto de vista, podem-se identificar, no Brasil República, iniciado com a Proclamação da República em 1889, cinco grandes fases, que trouxeram importantes mudanças ao longo de pouco mais de um século: a República Velha, a Era Vargas, a República Populista, a Ditadura Militar e a Nova República.

Tudo indica que essa última fase, iniciada em 1985, está prestes a dar lugar a uma nova, a partir deste ano. O novo governo promete alterar vícios e costumes vigentes e por isso escolhido pela população.

Mas as novas políticas do país estão preparadas para o novo mundo digital que está à nossa porta? O que podemos esperar do novo governo? Como superar a incerteza que domina nossas empresas?

Por exemplo, a previsão da União Internacional de Telecomunicações (UIT) é de que, em 2020, 97 bilhões de dispositivos IoT estejam conectados através das faixas de frequência de 5G. Para não ficarmos para trás, precisamos de um quadro regulatório que promova, entre muitas outras coisas, a convivência harmoniosa entre fibra óptica e satélite, incluindo regras claras para a implantação de antenas, não apenas nas cidades do interior, mas principalmente nas grandes capitais. Assim, a aprovação do PLC/79, que muda a Lei Geral de Telecomunicações, é urgente e prioritária.

É igualmente fundamental avançar na regulamentação setorial, viabilizando uma infraestrutura compatível com as demandas atuais, assim como consolidar uma política de fortalecimento da TI nacional, através de ações de fomento largamente amadurecidas nos últimos anos. São ações essenciais para ganharmos competividade num mundo que não espera e avança vertiginosamente. É o caminho para superar as incertezas e estimular investimentos e desenvolvimento.

* Presidente do TI RIO – Sindicato das Empresas de Informática

Tags:

artigo | big data | jb | opinião | TI