Em um mundo de contravalores, vemos os jovens terem como ídolos personagens que pouco agregam ao seu crescimento. Por isso, hoje, quero falar dos santos, aqueles homens e mulheres que viveram a vida de cada dia por causa de Cristo e de seu Evangelho, que são exemplo de vida e testemunho da fé. Em especial, na Cidade do Rio de Janeiro estamos vivendo a Trezena de São Sebastião, momento em que a imagem peregrina do santo percorre toda cidade por 13 dias.
Este é o décimo ano que acontece a Trezena, que visita mais de 100 lugares – dentre igrejas, capelas, comunidades, instituições públicas, hospitais, associações culturais, clubes de futebol – levando a mensagem de coragem e fé do santo padroeiro do Rio de Janeiro. A comitiva da trezena é liderada pelo arcebispo do Rio, cardeal Orani Tempesta, que é incansável em seu trabalho pastoral.
São treze dias de preparações e orações. Na realidade é uma grande missão popular. Existem outros momentos de trezenas, como também muitas novenas, tríduos e tantas formas de vivermos o tempo de espera. A expectativa da celebração do dia 20 de janeiro (dia do santo) na Cidade Maravilhosa nos ajuda a ver nossa missão em servi-la, e, com o exemplo do nosso padroeiro, seguir a Cristo dando testemunho de nossa fé cristã. A Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro tem o privilégio de iniciar o ano com a festa do seu padroeiro.
Caminhamos juntos na mesma fé e, ao pedirmos a intercessão de São Sebastião, devemos querer imitar as virtudes de sua vida no seguimento ao Evangelho de Jesus Cristo. A passagem da peregrinação pelas ruas dessa grande cidade suscita também reações, em geral de piedade e emoção, levando pessoas a voltarem a participar de sua comunidade, procurando vivenciar suas tradições católicas.
O exemplo de São Sebastião nos ensina a ser um exemplo de cristão, amando sempre a Deus e ao nosso próximo. São Sebastião, soldado do Império Romano no fim do século III e início do século IV, sofreu o martírio em Roma, em virtude da sua fidelidade a Cristo e à igreja.
O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, Sebastião se apresentou novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.
São Sebastiãoé um exemplo decoragemdiante dos obstáculos da vida efidelidade, mesmo diante das contrariedades e perseguições. Teve o empenho em fazer o bem ocultamente, aproveitando todas as circunstâncias para semear alegria, consolo e ânimo para as pessoas próximas, mesmo sabendo que, quando fosse descoberto, poderia ter complicações.
São Sebastião também pode ser reconhecido por sua prontidão em fazer a vontade de Deus e enorme espírito de serviço, pois, após recobrar a saúde, poderia ir descansar, mas se voltou para os outros e continuou a fazer o bem.
Que São Sebastião sirva de inspiração para buscarmos sermos pessoas melhores nesse início de ano. São Sebastião, rogai por nós!
* Pároco da Paróquia de São José da Lagoa e reitor do Cristo Redentor (a procissão de São Sebastião será domingo, dia 20 de janeiro, com saída marcada às 16h da Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, em direção à Catedral. Participe!)