Estamos vivendo o Advento, tempo de preparar o nosso coração para acolher o Menino Jesus. Sempre teremos em nós a tentação de mundanizar o Natal, quando a festa deixa de ser contemplação – uma bela festa de família com Jesus no centro – e passa a ser uma festa mundana: fazer compras, presentes, e o Senhor acaba ali, esquecido.
Não podemos perder o foco! Vigilância e oração são duas palavras para este tempo do Advento; porque o Senhor veio na história em Belém; virá no final do mundo e também no final da vida de cada um de nós. Mas Ele está presente todos os dias, em todos os momentos, no nosso coração, com a inspiração do Espírito Santo.
Hoje podemos ser divulgadores do verdadeiro espírito do Natal. Sim, cada um de nós, em nossa família, entre amigos, ou ainda nas mídias sociais, podemos anunciar que o Natal é verdadeiramente o nascimento do Menino Deus. Por que ao trocar presentes, não nos comprometemos também a rezar pelo outro? Ao reunir a família, devemos recordar a família de Nazaré, e ao ceiar, lembrar do verdadeiro espirito cristão, e partilhar comida com quem nada tem.
No Natal ressoa o anúncio do anjo aos pastores: “Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje, para vós, nasceu na Cidade de David um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2, 10-11). O nascimento de Jesus é anunciado como uma grande alegria– nem sempre nos lembramos dessa grande alegria – originada pela descoberta de que Deus nos ama e, através do nascimento de Jesus, se fez próximo de nós para nos salvar.
Somos amados por Deus. Que maravilha! Quando nos sentimos um pouco tristes, quando parece que tudo está errado, quando um amigo ou uma amiga nos desilude — ou quando nos desiludimos a nós mesmos — pensemos: Deus me ama; Deus não me abandona. Sim, o nosso Pai nos é sempre fiel e não deixa sequer um instante de nos amar, de seguir os nossos passos e também de nos procurar quando nos afastamos um pouco. Por isso, no coração do cristão há sempre alegria. Sempre!
E essa alegria se multiplica, partilhando-a! A alegria recebida como um dom exige que seja testemunhada em todas as nossas relações: em família, no trabalho, na paróquia, em toda a parte. Anunciando a todos o amor e a ternura de Jesus, nos tornamos apóstolos da alegria do Evangelho. E a alegria é contagiosa!
Vamos pensar nessa tarefa. Essa alegria contagiosa deve ser compartilhada com todos, mas de modo especial – com quem está precisando de um amigo. Pense bem nisso: muitas pessoas vão passar a noite de Natal sozinhas ou com a dor da saudade de uma pessoa querida. Falem com quem está precisando de atenção! Convidem para confraternizar, abraçar, desejar uma Noite Santa.
A alegria contagia. Contagioso é, inclusive, o nosso compromisso em anunciar o nascimento de Jesus. Nesses dias que nos separam do Natal, vamos compartilhar o mistério do verdadeiro Natal, o de Jesus, que se aproxima de nós com amor, humildade e ternura.
Quando estivermos em casa, diante do presépio com a nossa família, vamos nos deixar atrair pela ternura do Menino Jesus, nascido pobre e frágil no meio de nós, para nos dar o seu amor. É esse o verdadeiro Natal. Se tirarmos Jesus, o que resta do Natal? Uma festa vazia. Não tireis Jesus do Natal! Jesus é o centro do Natal, Jesus é o verdadeiro Natal!
* Pároco da Paróquia de São José da Lagoa e reitor do Cristo Redentor