ASSINE
search button

Meio Ambiente: um gol que o governo Bolsonaro pode marcar

Compartilhar

Existe uma grande apreensão sobre o tratamento que o próximo governo pode desenvolver quanto ao meio ambiente . Acho que pode haver surpresas positivas . Meio ambiente é muito genérico: vai de Amazônia a lixo, de lixo a lixo hospitalar, de poluição de carros e caminhões a gases e resíduos industriais, vai de nascentes à poluição dos rios que cortam áreas urbanas, vai do Sul ao Norte, do Leste a Oeste. As teorias muitas vezes radicalizam: não somos capazes de provocar aquecimento global... Na saúde pública já se sabe que a poluição do ar mata mais que cigarros mas nosso principal investimento é em petróleo, com estados brigando por um pedacinho do faturamento do próximo leilão. O assunto meio ambiente é discurso de marketing de quem mais o destrói. O ativismo reage a quaisquer esforços de modernizar a liberação de agroquímicos e não oferece alternativas para a produção e produtividade que todos aplaudem com rumor: agronegócio! No exterior nada quanto à imagem do Brasil adianta fazer se não nos mostrarmos ativos, eficazes, na proteção e recuperação do meio ambiente .

Mas podemos avançar. Podemos elencar iniciativas que, articuladas, produzam resultados no mundo real e na imagem do Brasil. Quem já está fazendo isso? Daqui para a frente tudo que escrevo é para debate, livre pensar . O que é absurdo deve ser descartado. O que não funciona não deve ser ten tado. Mas, deveríamos debater. O que cada brasileiro pode fazer pelo meio ambiente hoje? Em que setores, que regiões? O que pode substituir as multas pouco pedagógicas? Será que conferir às Forças Armadas a proteção da vegetação amazônica funciona melhor? ou é mais fácil ampliar recursos de tecnologia e poder de polícia aos órgãos hoje encarregados? Que legislação mais agressiva pode ou deve ser implementada? E como conquistar a população para essa virada, esse esforço para nos tornarmos civilizados a nossos olhos e de outros países? Não adianta colocar na mesa soluções genéricas demais. É claro que educação melhoraria muito. Mas que coisas focadas merecem atenção? Será que a obrigatoriedade de uma confissão individual de cada planta industrial, em placas físicas postadas na unidade industrial e na internet ajudariam a conscientização de todos? Será que a campanha de alto nível (proposta de Marcos Jank para a Índia ) em países selecionados: “faça como o Brasil, misture etanol na gasolina e melhore o ar que seu País respira... “ Será que uma campanha dessas, de país para país, não ajuda o conjunto das exportações de produtos primários? como fazer sem ofender ?

E, propondo que haja debate de dezenas de outras ideias que certamente existem nas universidades , nas entidades ambientalistas, no serviço público, etc, não daria para se fazer com chamamento do futuro governo para um grande elenco de iniciativas que tornariam o debate construtivo?

Da minha parte, aposto na criação de um sistema destinado para um bom número de estados; criação de um título para financiar a manutenção de bosques plantados, com direito a sorteios, a regularização fundiária, etc, para quem plantasse maciços heterogêneos ou homogêneos de pelo menos um hectare com direito expresso a poder cortar.. Não faltaria mão de obra para plantar e conservar se empresas credenciadas a isso fizessem trabalhos diretamente para particulares, proprietários das glebas. E os satélites e drones permitem uma fiscalização do lote plantado . Como fazia o Silvio Santos, você pode ser sorteado e ganhar uma casa mas não leva se a prestação estiver atrasada... ou seja, se o bosque não existir como se espera . Um bosque plantado com direito a corte futuro tem valorização garantida pelo seu intrínseco crescimento. E pensem no Sudeste quantas nascentes seriam preservadas e até recuperadas . Um título, uma nova forma de aplicação precisa ser criada . Um plano piloto pode começar a curto prazo.

Iniciativas várias podem virar o jogo pró meio ambiente. Alguma razão para não tentar?