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Perdi o Enem. E agora?

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Depois de um ano inteiro de dedicação, perder o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), seja pelo motivo que for, pode se tornar um dos eventos mais impactantes na vida de uma pessoa. Que tal “transformar esse limão em uma limonada”? Sim, é possível.

Pessoas extraordinárias possuem um talento especial para converter em sucesso futuro as adversidades da vida. É preciso modificar o significado, a importância e o impacto do fracasso.

Gosto muito da frase do teórico político Benjamin Barber que diz o seguinte: “Não divido o mundo entre os fracos e os fortes, ou entre sucessos e fracassos [...]. Divido o mundo entre os que aprendem e os que não aprendem”.

Todos nasceram com o ímpeto de aprender (Dweck, Carol S., 2018). Os bebês conquistam diariamente novas habilidades, como aprender a caminhar e falar, que significam algumas das tarefas mais difíceis da vida, porém, eles nunca acham difícil ou que não vale a pena o esforço e não se preocupam em errar ou se humilhar. Caminham, caem, levantam-se e seguem adiante. Assim que aprendemos a avaliar, muitas vezes passamos a ter medo de desafios, tememos não ser inteligentes.

A diferença entre as pessoas que aprendem e as que não aprendem está na opinião que elas adotam a respeito de si mesmas, o que afeta profundamente a maneira como levam a vida. Acreditar que nossas possibilidades são limitadas cria a necessidade constante de provar-nos o nosso valor, tanto em sala de aula, como na carreira ou nos relacionamentos. Essas pessoas compõem o grupo das que não aprendem. Por outro lado, as pessoas que aprendem acreditam que são capazes de cultivar suas qualidades por meio de seus próprios esforços. Embora os indivíduos sejam distintos no que se referem a talentos, aptidões, interesses ou temperamentos, cada um de nós é capaz de se modificar e desenvolver por meio do esforço e da experiência. O verdadeiro potencial de uma pessoa é impossível de ser conhecido; não se pode prever o que alguém é capaz de realizar com paixão, esforço e treinamento.

É preciso ressignificar o fracasso. Raramente ele é permanente, e não passa de derrota temporária. É certo que é uma experiência penosa, mas ela não nos define. Enfrentar o problema, tratá-lo e dele extrair ensinamentos é a saída para o sucesso futuro. Reflita bastante sobre o que causou o fracasso. Se perdeu a hora, habitue-se a não só cumprir os horários, mas a adiantar-se; se foi mal em determinada matéria, será necessária maior dedicação; se o descontrole emocional o prejudicou, busque ajuda profissional; se estava cansado, pense no que precisa eliminar para estar descansado em outra oportunidade. Esses são apenas alguns exemplos. Buscar o autoconhecimento e identificar o evento que o prejudicou poderão ser atitudes que evitarão sua repetição.

Podemos sempre escolher entre ficar preso ao sofrimento ou fazer algo para corrigir o que deu errado. Ao invés de permitir que a situação nos defina, precisamos controlá-la. Use-a para se tornar uma pessoa melhor, em todos os sentidos. Se a mudança e o crescimento são possíveis, ainda há muitos caminhos para o sucesso. Aceite todos os resultados e circunstâncias como dádivas e oportunidades.

Acredite: o fracasso tem lições que nunca aprenderíamos de outra forma, dentre as mais importantes encontra-se a humildade. Não se desespere e não desista de seus sonhos.

* Consultora de RH

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