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Transporte por ônibus em novo tempo

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O setor de transporte por ônibus no Rio de Janeiro vem fazendo, nos últimos anos, um grande esforço para oferecer um serviço de maior qualidade à população da capital fluminense. Mesmo diante da maior crise financeira já enfrentada pelas empresas – que convivem com aumento de custos superior à inflação e, não raramente, com o congelamento da tarifa –, estamos trabalhando firmemente para dotar o setor de uma gestão a cada dia mais eficaz e transparente, garantindo a milhões de usuários as melhorias que eles merecem.
Temos consciência de que há muito que avançar neste complexo sistema de transporte urbano, que reúne mais de 7 mil ônibus somente no Município do Rio, que são responsáveis pelo atendimento diário de aproximadamente 4 milhões de passageiros – ou 70% da população carioca. E vale lembrar que um imenso volume de usuários, como idosos, estudantes e deficientes usufruem de gratuidade da passagem. Os custos dessa política social, muitas vezes, são assumidos integralmente pelas empresas de ônibus, já que não há fonte de custeio por parte do município.
Em meio ao esforço para melhorar a qualidade do serviço, mesmo diante da crise financeira que se abate sobre o setor (12 viações encerraram suas operações nos últimos três anos), as empresas sofrem diariamente com prejuízos causados por atos de vandalismo. Todos os dias, um grande número de veículos retornam às garagens com janelas quebradas, bancos rasgados, pichações, entre outras ações que impactam os custos da operação, mas também os próprios usuários, que ficam sem os ônibus que são retirados de circulação para reparos.
Além do déficit da tarifa, somam-se os crimes cometidos por aqueles que incendeiam ônibus. Somente este ano, já somam 17 os veículos incendiados apenas na capital fluminense. Além de por os passageiros e rodoviários sob risco de morte, esse tipo de crime gera um prejuízo de aproximadamente R$ 450 mil por veículo destruído, visto que não há seguro para esse tipo de ocorrência. E detalhe: a reposição de um ônibus destruído demora não menos que seis meses, entre a aquisição, montagem e entrega. E o passageiro, obviamente, é o maior prejudicado.
No sistema BRT, os prejuízos com o vandalismo têm sido frequentes e crescentes. Estações destruídas, invasões aos coletivos sem pagamento de tarifa e a frota a cada dia mais deteriorada – principalmente por conta da péssima qualidade do asfalto das pistas expressas – são exemplos da dificuldade de operar em um sistema tão complexo, e daí a necessidade de apoio e parcerias constantes com o poder concedente e órgãos públicos, inclusive os da área de segurança pública.
Entretanto, as dificuldades relatadas acima não têm impedido avanços principalmente na área de gestão. A contratação de empresas especializadas na implantação e desenvolvimento de práticas de governança corporativa tem sido crescente. O mesmo pode se dizer em relação à contratação de profissionais que atuam nas áreas de auditoria interna e compliance, que muito já vêm colaborando para dotar o sistema de transporte por ônibus da capital fluminense de um modelo mais eficiente, moderno e transparente.
Atualmente, há um entendimento entre o poder concedente (prefeitura) e o Rio Ônibus, por meio do presidente Cláudio Callak, com o objetivo de avançar para garantir aos passageiros um serviço a cada dia melhor.
Mais do que superar os problemas que a crise financeira gerou, o Rio Ônibus assumiu a responsabilidade de ser protagonista na missão de entregar à população carioca o melhor transporte rodoviário do país. Reconhecemos que há muito a fazer, e que as soluções nem sempre vêm com a velocidade que todos gostaríamos. Mas ocompromisso foi assumido, e tenham a certeza de que seguiremos fazendo a nossa parte.

* Presidente do Consórcio BRT