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Futuro chanceler diz que Brasil apoiará retorno da Venezuela e entrada da Bolívia no Mercosul

Em declarações antes de ocupar o cargo de chefe do Itamaraty, Mauro Vieira também relembrou a gestão de Ernesto Araújo na condução do MRE brasileiro e disse que se surpreendeu com o nível "de neurose e maluquice" do ex-chanceler

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 21/12/2022 às 11:57

O chanceler Mauro Vieira Foto: Folhapress / Ton Molina

Após ser oficialmente anunciado como sendo a autoridade que ocupará a chefia do Ministério das Relações Exteriores sob o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Mauro Vieira deu algumas declarações acerca dos trabalhos da pasta para o ano que vem.

O futuro ministro afirmou que a "ampliação do Mercosul" é importante, acrescentando que a nova administração vai apoiar o retorno da Venezuela ao bloco e a entrada da Bolívia.

"Vamos apoiar o retorno da Venezuela ao Mercosul. Eles não tinham ainda cumprido alguns requisitos, são alguns requisitos legais, [mas] não sabemos como está a coisa por não termos ninguém em Caracas. A Bolívia quer entrar no Mercosul e o acordo está no Congresso, que precisa aprovar. Sem dúvida o governo vai apoiar. A ampliação do Mercosul é importante", afirmou Vieira, citado pelo portal Uol.

Entretanto, o diplomata ressaltou que não "vê sentido" ou necessidade em uma viagem de Lula à Venezuela, Cuba ou à Nicarágua logo no começo do mandato, a não ser que "tenha algo a ser negociado".

"[…] Por enquanto, não. Tem que esperar um pouco mais. Não vejo o porquê [...] do presidente ir no curto prazo à Venezuela, eu não vejo [necessidade], e à Nicarágua, menos ainda. Não tem nenhum sentido. Havana não tem problema, não rompemos relações. Mas não vejo motivo, neste momento, para viagem a Cuba. Se for negociado algo, se tiver motivo, sim."

Ao mesmo tempo, Vieira relembrou os tempos do ex-chanceler do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, quando estava na chefia a pasta e disse que se "surpreendeu com o nível de maluquice e neurose" de Araújo.

"Eu me surpreendi com o nível de neurose, de maluquice. Nunca vi igual. As ideias me surpreenderam muito. Nunca pude imaginar que ele [Araújo] acreditasse que a terra é plana, que o globalismo é o mal do mundo. É uma coisa quase religiosa. Ele era uma pessoa muito fechada, calado", declarou.

Vale lembrar que ao assumir a presidência da República em 2019, Jair Bolsonaro "fez questão de humilhar" Vieira (que já foi embaixador na Argentina, EUA, ONU e chanceler durante o segundo mandato de Dilma Rousseff) o direcionando a um posto de categoria inferior na Embaixada do Brasil na Croácia..

Na época, o diplomata pediu ao mandatário que o enviasse para Atenas, na Grécia, mas o presidente rechaçou essa possibilidade. (com agência Sputnik Brasil)