BRASIL
Vídeo: presidente da Funai é expulso de evento em Madri sob acusações de ser anti-indígena
Por JORNAL DO BRASIL
[email protected]
Publicado em 22/07/2022 às 08:30
Alterado em 22/07/2022 às 08:37
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, abandonou um evento em Madri que discutia a questão dos povos indígenas após ser alvo de protestos de um ex-servidor do órgão.
O episódio ocorreu durante a 15ª Assembleia Geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e o Caribe (Filac). Indignado com a presença de Xavier no evento, o ex-funcionário Ricardo Rao se levantou, apontou o dedo para Xavier e gritou: "Esse homem não pertence aqui. Esse homem é um assassino, esse homem é um miliciano. Ele é responsável pela morte de Bruno [Pereira] e Dom Phillips."
O protesto de Ricardo Rao contra o presidente da Funai estar em fórum internacional de defesa dos direitos indígenas deve se repetir onde Marcelo Xavier estiver. Bolsonaro e sua base têm de sentir o peso da exclusão por políticas que desprezam povos indígenas e o meio ambiente. pic.twitter.com/dv0L9ZPTSX
— Marina Silva (@MarinaSilva) July 21, 2022
Constrangido, Xavier deixou a sala. A indignação de Rao reflete a de outros servidores da Funai que vêm pedindo a saída do presidente do órgão. Eles acusam Xavier de estar alinhado à agenda ruralista e a uma política anti-indígena. Em junho, segundo noticiado pela Folha de S.Paulo, eles realizaram um protesto em Brasília pedindo a saída de Xavier.
Os servidores afirmam que Xavier promove assédio moral e o esvaziamento orçamentário do órgão. A Funai atualmente tem o menor quadro de funcionários desde 2008, e os pedidos de abertura de concurso para preencher os cargos vazios vêm sendo negados.
Em entrevista ao UOL, Rao afirmou que a atuação de Xavier abriu margem para que criminosos e milicianos se sentissem seguros para não apenas ameaçar, mas matar indigenistas.
"A milícia controla hoje a Funai. Sempre recebemos ameaças. Bruno recebeu, eu recebi e até minha mãe recebeu. Agora, a diferença é que as ameaças se cumprem. Quem faz a ameaça acha que pode matar. Afinal, o [presidente Jair] Bolsonaro falou, não é?", disse Rao. (com agência Sputnik Brasil)