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Precisa Medicamentos chamou de 'inadmissível' a operação da PF em seus escritórios

Empresa está envolvida em escândalo na compra da vacina Covaxin

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 18/09/2021 às 10:32

Alterado em 18/09/2021 às 10:32

As investigações em torno das negociações da Covaxin começaram em 18 de junho AFP 2021 / Anupam Nath

A Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão de bens e documentos na sede da empresa Precisa Medicamentos, localizada em Barueri, na Grande São Paulo, e na Luft Healthcare, que fica em Itapevi, também São Paulo, nessa sexta-feira (17). A Luft armazena produtos da Precisa.

A operação foi realizada a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os senadores também queriam uma busca e apreensão no Ministério da Saúde, mas o pedido foi negado.

Segundo a CPI, a Precisa não enviou todos os documentos solicitados nos últimos meses, inclusive, o contrato com a Bharat Biotech, o laboratório indiano que produz a vacina anti-Covid Covaxin. Os indianos tinham a empresa brasileira como intermediadora para a venda, mas após o escândalo revelado pela imprensa e pela CPI, retirou a autorização que tinha dado para a Precisa.

"A operação, que foi autorizada pelo STF, destina-se à apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato. A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial", escreveu o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, em sua conta no Twitter.

O escândalo envolvendo a vacina indiana começou após denúncia dos irmãos Luís Miranda, deputado federal, e Luís Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde. Ambos alegaram que houve um pedido de pagamento antecipado de US$ 45 milhões, não previsto em contrato, e que o servidor achou que tinha algo errado.

Os irmãos Miranda, então, levaram a denúncia ao presidente Jair Bolsonaro, mas a suspensão do contrato de compra de R$ 1,6 bilhão só ocorreu após os depoimentos da CPI. O Ministério Público Federal (MPF) também está investigando o caso.

Em nota, a Precisa Medicamentos chamou a operação de "inadmissível" e disse que "seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda documentação ao MPF e TCU".(com agência Ansa)

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