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Itamaraty planeja conceder visto humanitário no Brasil para refugiados do Afeganistão

Segundo a ONU, cerca de 600 mil afegãos já tiveram de deixar suas casas para se protegerem dentro do próprio país. Com contexto trágico, governo brasileiro estuda oferecer refugio para número específico de pessoas

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 19/08/2021 às 07:58

Alterado em 19/08/2021 às 08:00

Na próxima semana, o Brasil vai patrocinar uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para discutir o assunto Foto: Folhapress / Sergio Lima

Fontes no Itamaraty confirmaram nessa quarta (18) que o governo brasileiro considera o estabelecimento de uma espécie de visto humanitário para um número específico de pessoas provenientes do Afeganistão, diante da conjuntura conturbada em que se encontra o país da Ásia Central.

Na segunda-feira (16), Brasília fez seu primeiro pronunciamento sobre a questão a relacionando aos direitos humanos.

Nessa quarta, o governo assinou uma declaração junto à Europa e Estados Unidos, afirmando estar "profundamente preocupado" com a situação de mulheres e meninas afegãs após a tomada de poder total do país pelo Talibã (organização proibida na Rússia e em diversos países).

Segundo a mídia, enquanto o governo avalia as diretrizes a serem adotadas, a bancada do Psol na Câmara dos Deputados enviou um requerimento ao Itamaraty e ao Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) para pedir que o Brasil assuma uma postura no sentido de ajudar a população afegã.

No documento, assinado pela deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) e outros parlamentares do Psol, é solicitado ao Conare que "permita a concessão, por razões humanitárias, de visto apropriado, em conformidade com a Lei nº 2 13.455, de 24 de maio de 2017, a pessoas afetadas pela situação de grave e generalizada violação aos direitos humanos no Afeganistão".

Segundo a ONU, cerca de 600 mil pessoas já tiveram de deixar suas cidades e residências desde o começo deste ano, buscando proteção dentro do próprio país. Entretanto, as entidades internacionais insistem que a comunidade internacional precisa se preparar para um eventual êxodo.

O governo dos EUA já anunciou um pacote de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) para desenvolver um plano para chegada de pessoas oriundas do país afegão.

A Europa, por sua vez, ainda avalia de que forma poderá auxiliar os refugiados sem pressionar as fronteiras do continente.

No entanto, alguns países da União Europeia (UE), como Alemanha, Áustria e Dinamarca, se manifestaram através de uma carta enviada ao bloco no dia 10 pedindo à Comissão Europeia que mantenha deportações de refugiados afegãos apesar da guerra, conforme noticiado.

Na segunda-feira (16), a Alemanha voltou atrás, e disse que retiraria urgentemente até dez mil pessoas de Cabul que, por sua vez, passarão a ser responsabilidade do país europeu. Entretanto, das dez mil, somente sete foram retiradas até agora.

Na próxima semana, o Brasil vai patrocinar uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para discutir o assunto. (com agência Sputnik Brasil)

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