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Médicos retiram sonda de Bolsonaro e voltam com alimentação líquida

REUTERS/Adriano Machado -
Jair Bolsonaro
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Os médicos retiraram a sonda nasogástrica do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que apresenta evolução positiva em sua recuperação, segundo boletim médico divulgado nesta sexta-feira (13). A sonda, que ficava conectada ao nariz do paciente e ia até o estômago, foi colocada na terça-feira (10) e removida nesta sexta. O tubo tinha a função de ajudar na saída da grande quantidade de ar que se acumulou no estômago e no intestino do presidente.

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Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Bolsonaro voltou a receber a dieta líquida (chá, gelatina, caldo ralo), que havia sido suspensa também na terça (10) e substituída pela nutrição parenteral endovenosa (pelas veias). Por enquanto, contudo, serão mantidas as duas formas de alimentação.

O presidente está internado no Hospital Vila Nova Star, na região sul de São Paulo, onde foi submetido no domingo (8) à quarta cirurgia desde que sofreu uma facada durante um ato de campanha em setembro de 2018. 

As visitas continuam restritas e não há previsão de alta até o momento, de acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros.

Segundo o médico Antonio Macedo, que cuida do presidente, a estimativa é que ele seja liberado "em três a quatro dias", mas o prazo pode variar de acordo com o quadro clínico.

Bolsonaro ficará fora do cargo mais tempo do que previa, atendendo a orientações médicas. A previsão inicial era que ele reassumisse a cadeira nesta sexta-feira (13), mas a equipe sugeriu período mais longo de descanso. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ocupa o posto até terça-feira (17).

Na tentativa de mostrar que está bem de saúde, Bolsonaro fez na noite desta quinta-feira (12) uma live para as redes sociais do quarto do hospital onde está internado.

Usando roupa hospitalar e a sonda nasogástrica, ele demonstrou sinais de cansaço na voz e anunciou que, por recomendação médica, falaria pouco. Na transmissão online, que durou cerca de três minutos, o presidente enumerou o que classificou como "coisas boas para informar ao Brasil".

Segundo a Presidência, Bolsonaro estará restabelecido a tempo de discursar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York.

Na cirurgia do fim de semana, os médicos do Vila Nova Star corrigiram uma hérnia que surgiu na região do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local nos últimos meses. A operação durou cinco horas e foi considerada bem-sucedida.

No último domingo, os médicos corrigiram uma hérnia que surgiu na região do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local nos últimos meses. A operação durou cinco horas e foi considerada bem-sucedida.

Logo após a cirurgia, Bolsonaro vestiu uma cinta elástica para pressionar o abdômen operado e ajudar no processo de recuperação. 

O surgimento da chamada hérnia incisional já era esperado pelos médicos que atendem o presidente, em razão da série de intervenções feitas na região da barriga do paciente para tratar os danos provocados pelo ataque.

O então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em 6 de setembro de 2018. O autor do crime está preso desde então.

A hérnia ocorreu porque, em virtude do enfraquecimento da parede muscular do abdômen, uma parte do intestino passou por uma cavidade desse tecido. As sucessivas incisões (cortes) na barriga fragilizaram o músculo, o que fez com que a porção do órgão e uma camada de gordura rompessem a membrana, criando uma saliência sob a pele. (Joelmir Tavares/FolhaPress SNG)