O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, admite que os números das queimadas na Amazônia, que surpreenderam o mundo nas últimas semanas, têm relação direta com o aumento do desmatamento da região nos últimos anos mas, em entrevista à Reuters, diz que o governo tem dificuldades de manter o quadro de fiscais e precisa ser “criativo” para encontrar soluções.
Ao ser perguntado sobre o que teria levado a um aumento fora da curva das queimadas este ano, Salles creditou ao clima, mas também ao desmatamento.
“O tempo quente e seco, e realmente com uma relação com o desmatamento, que vem aumentando de 2012 para cá”, disse.
O ministro, que teve uma redução de 12% em seu orçamento para 2020, conta que tenta negociar com a equipe econômica reverter esse quadro para manter ao menos os mesmos 631 milhões de reais deste ano, mas que, mesmo assim, não será possível novos concursos.
A intenção de Salles é pôr em prática um programa que irá pagar diárias para agentes de polícias ambientais estaduais trabalharem em seus dias de folga para suplementarem as forças federais.
“Entendemos que o montante que estamos desenhando para isso, que ainda não está claro, vai ser suficiente para ter um aumento bom, talvez não ideal, da força de trabalho. Tem que ser criativo”, disse.