SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de Itapevi, gestão Igor Soares (Podemos), na Grande São Paulo, decretou na quinta-feira (6) situação de emergência na cidade, devido a falta de coleta de lixo. Os mais de 200 mil habitantes estão há dois dias sem os serviços já que a única empresa que faz a coleta, a Enob Engenharia Ambiental, rompeu o contrato. A empresa acusa a prefeitura de falta de pagamentos. O prefeito nega e o impasse permanece.
A reportagem percorreu vários pontos da cidade e constatou o mau cheiro, sujeira e acúmulo de lixo incomodando moradores.
Segundo a prefeitura, na quarta-feira (5), a Enob Ambiental suspendeu a coleta de lixo de forma ilegal. Em nota, o município informou que em 17 de abril efetuou pagamento à empresa no valor de R$ 3.460.585,56, referente aos serviços realizados em março de 2019.
"Tudo foi pago de janeiro de 2017 até abril de 2019 e sempre no respectivo mês", garante a prefeitura. Devido as queixas da população por mau serviços e denúncias de desrespeito trabalhista, a prefeitura notificou a Enob para esclarecer sobre os problemas. No início de maio, os funcionários da empresa paralisaram atividades por atraso de salários.
O morador Michel Santos Soares, 31, relatou que o lixo de sua rua, no bairro Jardim Rainha, se espalha pelas calçadas e chega a atrapalhar a passagem dos pedestres. "Reduzimos a produção de lixo em casa porque não tem onde colocar e estamos ensacando outros e colocando no quintal, mas não sabemos até quando."
Na região central da cidade, é comum cena de lixeiras lotadas e material espalhados pelo chão. Bruno Rodrigues Cestari, 36 anos, é vendedor em uma loja de material de construção na avenida Rubens Caramez, no centro.
Ele afirmou à reportagem que o fedor e o lixo espalhados já começam a incomodar. "Há dois dias estamos sem coleta e o mau cheiro é perturbador. De tão cheio estão os depósitos na rua que o lixo chega a entrar na loja".
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com a empresa Enob e solicitou esclarecimentos. A reportagem deixou contatos e emails para a resposta, mas até a publicação deste texto não recebeu nenhum comunicado por parte dos responsáveis.
Já a Prefeitura de Itapevi informou que decretou emergência pelo período de 60 dias para permitir a utilização dos oito caminhões basculantes, duas retroescavadeiras e 32 profissionais que atuavam na zeladoria urbana, que vão trabalhar durante a paralisação da empresa.
Uma orientação que a prefeitura faz aos moradores é de não colocar os lixos nas ruas.