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Nova derrota do governo e retração no 1º tri derrubam Bolsa; dólar vai a R$ 4

Carolina Antunes/PR -
Jair Bolsonaro
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A nova derrota do governo Bolsonaro na Câmara e a retração da economia no primeiro trimestre levaram a Bolsa brasileira a recuar mais de 2% na manhã desta quarta-feira (15).

Logo após a abertura, o Ibovespa chegou a 90.294 pontos, menor nível desde 3 de janeiro, quando a Bolsa bateu os 89.921 pontos mas fechou acima dos 91 mil pontos. O dólar acompanhou o viés negativo e opera a R$ 4.

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Jair Bolsonaro (Foto: Carolina Antunes/PR)

Na terça (14), oposição e centrão impuseram mais uma derrota ao governo na Câmara dos Deputados. Foi aprovada a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para o plenário da Câmara prestar esclarecimentos do bloqueio de R$ 7,3 bilhões na pasta aos 513 parlamentares.

Inicialmente, Weintraub falaria na comissão de educação, mas foi surpreendido pela articulação dos parlamentares. A intenção do PSL, partido de Jair Bolsonaro, era derrubar a deliberação e impedir que o ministro fosse obrigado a vir, mas foi derrotado por 307 votos a 82.

"Vamos ver quantos votos o governo tem", debochou o líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-AL), quando deputados do PSL pediram para fazer a votação nominalmente.

O episódio deixa investidores cautelosos com a aprovação da reforma da Previdência, que depende da boa articulação do governo com o centrão.

Outro dado preocupante para o mercado é a confirmação do Banco Central de que a atividade econômica brasileira registrou retração de 0,68% no primeiro trimestre.

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) recuou também na comparação de março com fevereiro, apresentando queda de 0,28%. Economistas previam queda de 0,20%, segundo projeções das agências Bloomberg e Reuters.

"Todos estes fatores negativos fazem com que o investidor realize lucros e se proteja. No ano, a saída de investidores estrangeiros já soma R$ 2,5 bilhões. Dependemos de uma boa reforma da Previdência para melhorar o quadro econômico brasileiro", afirma Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

Às 12h22, o Ibovespa, maior índice acionário do país, amenizou queda, com recuo de 0,68%, a 91.465 pontos. Até o momento, o volume financeiro soma R$ 5,8 bilhões.

O dólar sobe 0,62%, a R$ 4,0020. Na maior alta do dia, a moeda chegou a R$ 4,0230.

No exterior o viés é positivo, com mercados se recuperando do tombo de segunda (13), marcado pelo acirramento da guerra comercial entre China e EUA.

JÚLIA MOURA