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Brasil tem pressa, diz chanceler sobre entrada do Brasil na OCDE

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta quarta-feira (22) que o Brasil tem pressa em aderir à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e que o pleito do país está "ganhando naturalidade", mesmo que ainda não haja uma data certa para o ingresso no clube dos países ricos.
Ele viajou a Paris, sede da entidade, para conversar sobre a candidatura brasileira com ministros de Estados-membros, reunidos para uma cúpula periódica. A entrada na OCDE é uma das metas da gestão Araújo, pois representaria uma chancela ao Brasil como destino de investimentos estrangeiros.
"Estamos aderindo cada vez mais a instrumentos e órgãos da OCDE. Isso vai criando uma gravidade natural. Todos sabem da nossa expectativa", afirmou o chanceler, pouco depois de ser recebido pelo secretário-geral da instituição, o mexicano José Ángel Gurría. "A sensação de que seja uma coisa próxima [o ingresso brasileiro] está no ar."
Uma das pautas da reunião da OCDE, que termina na quinta (23), é justamente sua expansão e a possível redefinição dos critérios de entrada na entidade. Em março, após a visita do presidente Jair Bolsonaro aos EUA, Washington retirou o veto ao projeto brasileiro.
"Estamos todos interessados em saber como a instrução do presidente Trump vai chegar a outros estamentos [instâncias] da administração americana, até se manifestar aqui [no plenário da organização]", disse Gurría.
Segundo o secretário-geral, o Brasil "ganha tempo" (no sentido de fazer a lição de casa, adiantar o trabalho) ao aderir a comitês e grupos de trabalho da entidade, alinhando-se a diretivas e procedimentos que são pré-requisitos para a aceitação de sua candidatura.
"Como o país está fazendo algo importante, que é trabalhar na substância [nas questões de fundo], no momento em que o processo de adesão começar formalmente, vai levar menos tempo", afirmou ele.
Sem indicar datas precisas, Gurría disse que um intervalo de dois ou três meses deve separar a entrada, no grupo, dos próximos na fila de acessão: Argentina, Romênia e Brasil -nesta ordem.
Na América Latina, México e Chile já são membros, e a Colômbia está em processo de adesão -ao todo, o colegiado reúne 36 países.
Além da concretização do apoio americano, outro obstáculo ao plano brasileiro é a União Europeia, que deseja atrelar o "sim" a Brasília com um sinal verde também à Bulgária, o que contraria os EUA.
"Temos conversado com todos os membros. [A duração do processo] depende da dinâmica da OCDE.
Independentemente de um calendário específico, [a entrada do Brasil] é uma coisa que está ganhando naturalidade. É mais uma questão de atmosfera do que de data", disse Araújo.
"O Brasil tem pressa. [Ingressar na entidade] seria muito bom para o nosso processo de reformas."

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brasil | OCDE | pressa