Sem acordo entre coordenadores de bancada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deverá votar um requerimento para inverter a pauta da reunião e colocar como primeiro item a PEC do Orçamento impositivo, em vez da reforma da Previdência.
O governo, aliados e defensores da reforma têm interesse em votá-la na comissão ainda nesta semana. Tanto é, que o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), havia convocado a reunião tendo como primeiro item da pauta a Proposta de Emenda à Constituição que altera as regras de aposentadoria e benefícios.
Centrão
Mas alguns partidos do centrão, apoiados pela oposição, pressionavam pela votação do Orçamento impositivo. Para alguns deles, até mesmo na opinião do líder do PSL, Delegado Waldir (GO), não haveria problema em votar as duas propostas nesta semana, mais curta por conta do feriado. Para a oposição, interessa debater mais profundamente a reforma e deixá-la para a próxima semana.
“Somos favoráveis a votar os dois (Orçamento e Previdência), a ordem dos fatores não altera o produto”, disse Waldir a jornalistas.
Diante do impasse, e da ameaça de atraso na tramitação da Previdência, chegou a haver uma reunião entre coordenadores de bancada na CCJ e o presidente do colegiado, mas não houve acordo nem para impedir estratégias de obstrução, nem para reduzir o tempo de fala dos inscritos.
Cálculos premiliminares de Francischini na sexta-feira apontavam que a discussão apenas da reforma da Previdência poderia passar de 20 horas.