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Atos em SP têm confusão com manifestantes pró e contra Lula

Grupos trocaram xingamentos e empurrões em manifestação

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Grupos de esquerda e de direita trocaram xingamentos e empurrões em manifestação neste domingo (7), na avenida Paulista.
Em um carro de som em frente ao Masp, representantes de movimentos de direita comemoraram a prisão do ex-presidente Lula, que completa neste domingo um ano, e defendiam o presidente o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato que condenou o petista.
Na praça do Ciclista, na esquina da avenida Paulista com a Consolação, manifestantes favoráveis a Lula se concentravam para o ato da campanha Lula Livre, que mais cedo organizou eventos em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril de 2018.
Lula foi condenado em segunda instância, em janeiro de 2018, a 12 anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Em fevereiro deste ano, o petista foi condenado novamente, agora no caso do sítio de Atibaia (SP), a 12 anos e 11 meses.
Em certo momento, cerca de dez pessoas se aproximaram do carro de som e começaram a gritar frases contra Bolsonaro. A eles se somaram pessoas que aguardavam na fila para entrar no museu.
Representantes dos dois lados começaram a trocar xingamentos e empurrões.
Um homem que passava no momento do tumulto foi jogado no chão e teve sua mochila rasgada por manifestantes de direita. Uma mulher que o acompanhava foi segurada e teve a blusa rasgada.
Líderes da manifestação de direita pediram calma a seus integrantes e chamaram a Polícia Militar, que foi recebida com aplausos.
Ao chegarem, os policiais separaram os mais exaltados e deram fim ao tumulto.
Prosseguindo a manifestação, os grupos de direita fizeram críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), em especial ao ministro Gilmar Mendes. Também saudaram a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos símbolos da repressão durante a ditadura militar (1964-1985).
No carro de som, um manifestante afirmou que em 1964 os militares deram um contragolpe, impedindo que os comunistas tomassem o poder.
EX-PRESIDENCIÁVEL DEFENDE HABEAS CORPUS
Na praça do Ciclista, o slogan Lula Livre estava espalhado em bandeiras, faixas e cartazes na praça do Ciclista. Foi também repetido incessantemente pelos que acompanhavam o protesto.
Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e candidato a presidente pelo PSOL no ano passado, foi a principal liderança política a comparecer. Ele chamou de farsa judicial a sentença de Moro que condenou Lula.
"Se a nomeação de Moro como ministro de Bolsonaro, o principal beneficiado da prisão de Lula, não é prova de uma farsa judicial, não sei mais o que é."
Boulos enumerou o que considera uma série de injustiças contra o presidente após a prisão: terem impedido que dê entrevistas, terem cassado sua candidatura, não terem permitido que fosse ao enterro do irmão.
"E a principal delas: essa turma que deixou Lula preso injustamente o impediu de passar os últimos momentos com o neto que morreu."
Segundo Boulos, Lula se mantém altivo apesar das adversidades. Esse é o exemplo, diz, que a esquerda deve seguir.
"A luta pela liberdade de Lula é a luta pela democracia", afirmou.
No encerramento, Boulos disse que espera um dia 7 de abril bem diferente no próximo ano. "Espero que não estejamos pedindo Lula Livre, mas sim fazendo uma forte manifestação contra Bolsonaro, com Lula ao nosso lado."